Dia Nacional do Sanfoneiro. Conheça histórias de paixão pela sanfona
O 26 de maio foi escolhido por ser data do aniversário de nascimento de Sivuca.
O Dia Nacional do Sanfoneiro será comemorado pela primeira vez, nesta quarta-feira, 26, conforme a Lei nº 14.140, sancionada no dia 19 de abril deste ano. O dia 26 de maio foi escolhido por ser a data de nascimento do Mestre Sivuca, falecido em 2006. No Pará, poucos músicos se dedicam à tocar sanfona e, entre eles, estão verdadeiros apaixonados pelo instrumento, como o Tista Sanfoneiro, manauara radicado em Belém, que montou um grupo de forró pé de serra e um bar, onde se apresenta regularmente.
O paraibano Severino Dias de Oliveira, o Sivuca, estaria completando 91 anos se estivesse vivo. Ele foi multi-instrumentista, arranjador, maestro, compositor, cantor e orquestrador e tornou-se um dos maiores divulgadores da música nordestina no mundo.
Weglison Lima, de 42 anos, o “Tista Sanfoneiro”, assumiu o apelido de infância alusivo a “artista” como nome de carreira. “Comecei tocando violão aos 9 anos, tive curiosidade pelo teclado e depois foi estudar piano, partitura e teoria musical, mas me encontrei na sanfona e decidi que aquele seria o meu instrumento. Foi como encontrar a ‘cara-metade’, eu sabia que dali não me separaria mais. Tenho paixão muito grande pelo meu instrumento, vivo dele”, conta.
Filho de pais nordestinos e com mais de 20 anos de trajetória na música, Tista começou tocando com duplas sertanejas pelo país até se fixar em Belém e montar a banda Fole Brazil, quando passou a se dedicar ao forró nordestino original. “Eu viajo muito (a trabalho). Hoje, a maior parte do meu trabalho com forró é de eventos particulares, principalmente em fazendas, e tenho o Aerobar, onde me apresenta às sextas-feiras”.
Já Alessandro Coutinho, de 42 anos, o “Alessandro Sanfoneiro”, iniciou na música pelo piano, ainda na infância, no município de Castanhal. “Iniciei como tecladista da dupla Beto e Leno em 1999. Como a sanfona é característica do sertanejo, decidi comprar uma sanfona também para reforçar nos shows. Foi aí que não larguei mais, me apaixonei”, afirma ele, que reside em Belém.
Enquanto Danilo dos Santos, de 33 anos, o “Danilo Sanfoneiro”, reside em Bragança, no Nordeste do Pará. Há sete anos ele fundou com o pai, José Ribamar Lisboa, de 60 anos, o grupo regional Amigos do Forró. Ele também começou pelo teclado e em grupos de fanfarra, mas se apaixonou pela sanfona. “Surgiu a ideia de montar o grupo para tocar no Festival Junino (de Bragança). Na época, eu não tinha sanfona e peguei uma emprestada com um amigo. Estudei por conta própria através da internet e a coisa vingou. Hoje, tocamos em eventos”, recorda.
Paixão e resistência
Alessandro conta que aprender sanfona não foi fácil, pois não se ouve falar em cursos desse instrumento no Pará. Os músicos costumam aprender sozinhos. “Fui aprendendo na marra, pegando dicas com algum sanfoneiro de fora que aparecesse aqui”. Hoje, ele divide o tempo dedicado ao serviço público com as apresentações na noite e fala na dificuldade de valorização: “Eu queria que não só os sanfoneiros, mas que os músicos paraenses fossem mais reconhecidos”.
Tista aponta as dificuldades enfrentadas pelos artistas nestes tempos de pandemia pela Covid-19: “Estamos tentando voltar aos poucos, com algumas restrições na liberação. Mas, na fé que voltaremos aos grandes palcos logo”.
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