Círio 2022: canções embalam os devotos da Virgem de Nazaré
Os clássicos, os hinos, os lançamentos... Cantar também faz parte da cultura ciriana.
O Círio de Nazaré é uma tradição popular fortemente marcada pela cultura. E a música é uma manifestação expressiva marcante dessa época, com vasto repertório cantado nas procissões, nas rádios, nas ruas ou na intimidade da casa dos fiéis, que são transmitidas por gerações, um repertório que cresce espontaneamente a cada ano.
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Nilson Chaves também lançou uma nova faixa de Círio há cerca de dois meses, “Um ser de fé”, composição de Eugênio Pantoja, que fala sobre a procissão e a energia da fé. “Gravei uma com Jamil Damous, ‘Círio no Exílio’, no meu álbum ‘Maniva’. A produção de canções para o Círio é extremamente e emocionalmente espontânea e apaixonante dos compositores, que se renova, enquanto os clássicos vão se mantendo”.
A famosa música “Naza, Nazaré Nazinha, Nazaré Rainha, Nazaré…”, de Almirzinho, foi feita há mais de 20 anos. “Morei em volta da Basílica de Nazaré, passei a vida ouvindo o sino de lá, sempre achei que eu fosse íntimo da Naza, por isso me refiro a ela assim, de maneira informal, deixando a relação com Nossa Senhora mais leve e alegre. É um jeito de contar a história musicada e com uma leitura poética de algo que todo mundo sabe”, descreve.
“As pessoas lembram muito da música no Círio. Fico muito feliz de ver as pessoas cantando naturalmente na procissão, dentro de casa. Não foi uma música que tocou nas igrejas, mas estourou no rádio“, acrescenta. A faixa ganhou recentemente uma animação da cartunista Aryane Gondim, a Aaririca do perfil @eguanaao do Instagram.
Já Vital, compôs “Círios” há 22 anos. “A gente nunca sabe o que vai acontecer com uma canção depois que a gente termina. Às vezes, você faz a música e perde totalmente o controle (da repercussão). No caso de ‘Círios’, acredito que seja porque é uma música muito verdadeira”, conta o cantor e compositor, que assina a canção junto com Marco Aurélio.
Ele narra que estava com a melodia pronta, mas a letra “não saía de jeito nenhum”. Até que um dia, ele imaginou um pai trazendo o filho do interior para ver o Círio pela primeira vez. “Foi uma das letras que fiz na minha vida que me surpreendeu porque saiu inteira e quando terminei de escrever, eu estava aos prantos. Essa verdade foi que tocou as pessoas”.