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Charlie Watts era inspiração para bateristas paraenses: 'Um dos maiores dos últimos tempos'

Arthur Kunz (Strobo) e Layse Rodrigues (Farofa Tropikal) compartilham admiração pelo ídolo dos Rolling Stones

Lucas Costa

Watts era referência para bateristas do ParáForma de tocar e longevidade inspiram geração de artistas fãs de WattsO mundo se despede nesta terça-feira, 24, do lendário baterista Charlie Watts, da banda Rolling Stones. O músico faleceu aos 80 anos em um hospital em Londres, onde estava internado. Ícone da música no mundo todo, Watts deixa em luto uma legião de fãs que o tinham como uma grande referência na bateria, entre eles os paraenses Arthur Kunz e Layse Rodrigues, que lamentam a partida.

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Kunz, baterista da dupla Strobo, tinha acabado de fazer uma viagem de carro de Belém à São Paulo ao lado do pai, quando soube da morte do Stone. Ele lembra ter conversado  com o pai sobre a forma impressionante como Watts tocava a música "Angie".

"Falei pro meu pai: 'Ouve como essa baterista toca o chimbal, toda vez que vai pro refrão ele faz uma abertura de chimbal bem empolgada assim'. Eu sempre achei isso muito louco, eu nunca vi ninguém tocando dessa maneira. Fora isso ele tinha uma preocupação de tocar a caixa sem tocar o hi-hat junto. Depois fui descobrir que era porque era muito mais fácil mixar a música quando ele tocava as peças separadas, por isso que ele tem um grande som", destaca Kunz.

O músico também fala da impressionante longevidade de Watts na ativa junto ao Rolling Stones. "Quando soube da morte dele, fiquei muito triste, mas também entendi que ele é um cara que, diferente da maioria dos bateristas, conseguiu se manter tocando bateria até o final da vida. Então acho que ele é um cara que conseguiu fazer tudo o que quis. Conseguiu fazer o som dele, com os amigos, que nunca terminaram a banda, nunca quiseram trocar integrante. Para mim, é como se ele tivesse conseguido o que todo mundo gostaria de ter em uma banda", completa.

Layse relembra que além de um gigante do rock, Watts também era um apaixonado por jazz, e misturar os dois era o que o diferenciava. "Apesar do Charlie ter sido um baterista também muito reconhecido por ser fã do jazz, além de ser um dos monstros da bateria do jazz, mas ainda assim, os Rolling Stones tinham essa versatilidade de fazer um rock clássico com muita qualidade, trazendo essa genialidade do jazz, misturado com a pressão do rock'n'roll. Acho que é um grande aprendizado, quando a gente vê esses caras que realmente fizeram música do começo até o fim", relata a baterista.

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