Casa do Gilson celebra 35 anos com choro e samba

Neste domingo, 23, a comemoração terá participações especiais, como de Adamor do Bandolim, Andréa Pinheiro e Gente do Choro.

Enize Vidigal
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A Casa do Gilson comemora 35 anos neste domingo, 23, com uma roda de choro, a partir das 14h. Logo depois, a partir das 17h, haverá show de samba. A programação conta com vários convidados especiais: Adamor do Bandolim, grupo Gente do Choro, os cantores Andréa Pinheiro, Karen Tavares, Olívia Melo e Geraldo Nogueira e o multi-instrumentista Diego Xavier, entre outros.

Fundada em 1987, no quintal do músico Gilson Rodrigues, hoje com 73 anos, a Casa do Gilson surgiu como ponto de encontro de amantes do choro que ficaram órfãos com o fechamento de outro estabelecimento. A Casa do Choro funcionou na Rua Honório José dos Santos, no bairro do Jurunas por cerca de cinco anos, entre o final dos Anos 70 e o início dos 80, mas fechou as portas com o falecimento do fundador, Aldemir Ferreira, que era amigo de Gilson.

“As pessoas ficaram sem espaço para tocar o choro. Como eu sempre gostei de violão, cavaquinho e bandolim, comecei a fazer uma roda de choro em casa”, recorda. Os jornalistas e artistas que frequentavam lá (Casa do Choro) descobriram que estávamos nos reunindo aos domingos e pediram que eu abrisse esse espaço no quintal. Comecei com uma pequena cobertura de palha, que não deu mais para atender o público que frequentava, e foi expandindo”, recorda Gilson.

image Gilson Rodrigues é autodidata e continua residindo no mesmo local em que abriu a Casa do Gilson. (Sérgio Malcher/ Divulgação)

A Casa do Gilson consolidou-se como um ponto de cultura frequentado por diferentes gerações de músicos e de compositores paraenses, além do público que vai prestigiar os shows. “Desde 1987 estamos aqui no mesmo endereço (na Tv. Padre Eutíquio, 3172, bairro da Condor). Começamos no quintal da casa, com poucas pessoas e depois foi evoluindo até o que é hoje”, conta o artista e empreendedor, que até hoje mora no local.

Pelo palco da Casa do Gilson passaram vários artistas locais e também grandes nomes da música nacional, como Beth Carvalho, Sivuca, Paulinho da Viola, Ronaldo do Bandolim, Hamilton de Holanda, Pedro Amorim e Milton Mori (bandolinistas) e Zeca Barbeiro (violonista de 7 cordas), entre outros.

Reconhecimento

A resistência cultural da Casa do Gilson foi reconhecida em 2016, com o prêmio da Fundação Nacional de Artes (Funarte), que possibilitou a primeira reforma do espaço com a ampliação da capacidade para 300 pessoas. O estabelecimento ficou meses fechado até a finalização das obras. As principais mudanças foram a ampliação do palco e a ampliação do bar, que foi deslocado da entrada para o meio do terreno.

Em 2017, a TV Cultura do Pará produziu o documentário musical “Casa do Gilson, Casa de Amigos” em homenagem aos 30 anos do espaço. Sob a direção do documentário é de Guaracy Britto Jr, o documentário foi gravado ao longo de três dias acompanhando os shows na Casa do Gilson. A gravação teve a participação de 48 músicos de três gerações do samba e do choro paraense, como Nego Nelson, Luiz Pardal e o próprio Gilson, que se apresentaram e deram entrevistas.

O documentário acabou sendo dividido em três partes: o primeiro episódio mostra a importância da Casa do Gilson para o cenário do samba na capital; o segundo, destaca as novas gerações que frequentam o espaço, enquanto o terceiro, a visão de Gilson sobre a casa de cultura.

Mudanças

Gilson aponta algumas mudanças que a Casa assistiu com o passar dos anos. A primeira, foi que o ponto de resistência do choro acabou abraçando também o samba, ritmo que cresceu no favoritismo do público. “O principal (da programação da Casa) era 70% de música instrumental, principalmente o choro. Mas, depois de 2000 e pouco, mudou. Começamos a fazer o samba tradicional. Abraçamos o samba que as pessoas gostam mais”, conta.

Outra mudança recente apontada por ele, foi imposta pela pandemia, pois alguns frequentadores idosos faleceram, enquanto os sobreviventes perderam a assiduidade. “Muitos que vinham sempre, passaram a vir uma vez ou outra para ficar mais em casa”. A Casa do Gilson viu o público médio de 180 pessoas cair para menos da metade e o estabelecimento passou a ser aberto somente aos finais de semana, mas continua abrindo nas sextas-feiras e nos feriados ocasionalmente.

Agende-se:

Show de 35 anos da Casa do Gilson

Dia: Domingo, 23

Hora: abre às 12h, o show começa às 14h

Local: Casa do Gilson (Tv. Padre Eutíquio, 3172, Condor).     

Ingresso a R$ 20,00

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