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Festival Bambata Brothers destaca valorização e representatividade da cultura negra

Durante três domingos, público terá acesso a mistura de ritmos com transmissão para todo o país

Redação Integrada

Celebrar e enfatizar a música negra é um dos principais objetivos do Festival Bambata Brothers. Projetado pelos djs Gerson Junior e Jeft Dias, o festival foi idealizado após os artistas se darem conta de que estava faltando uma festa apenas com música preta. A dupla criou em 2014 a Bambata Brothers, um duo de djs produtores que vem ocupando os bailes de Belém com a cultura negra. Sete anos após a criação, Gerson e Jeft lançam seu primeiro festival.

“Os Bambata Brothers surgiram em 2014 já com uma proposta de só tocar música black e vários ritmos da música black, porque a gente sentíamos uma deficiência de festas desse tipo na cidade”, afirmou Gerson. Durante três semanas, o festival apresenta diversos nomes da cena paraense de música negra, além de convidados de outros estados. O evento é um projeto contemplado na Lei Aldir Blanc Pará e tem produção executiva da Psica Produções. Os admiradores vão contar com três domingos de música intensa, 11, 18 e 25 de julho. Na programação, os artistas trazem uma mistura de ritmos da música negra tanto do estado, quanto do  Brasil.  “Na primeira grande lista da curadoria do festival, a gente tinha samba, soul, funk, reggae, brega. Então, a gente foi pinçando cada elemento e cada artista desses estilos pra fazer um festival bem rico musicalmente falando”, explicou Gerson.

Segundo o djs e idealizador do festival, a ideia surgiu  a partir de uma carência de festas black na região. “A gente via muitas produtoras de rock, indie, e não tinha festas onde tocava soul, funk, hip hip. Na primeira festa, a gente já decidiu começar grande, trazendo o KLJ, porque a gente queria se consolidar como ‘aquela festa que só toca música black’”, destacou.

No domingo de abertura do evento, o público poderá contar com uma roda de samba homenageando grandes composições brasileiras e paraenses com a “Fé no Batuque” ao lado de Mariza Black, uma das vozes mais marcantes do samba belenense.

A nova cena do RAP PA será representada pelo grupo “Dabruxa Clan” reunindo as rappers Yara MC, Braba MC e Agatha Sou, que recebem a amapaense Yanna MC pra dividir o palco, soltando o verbo contra o fascismo, racismo, machismo e transfobia. Completando a noite, a dupla de DJs Bambata Brothers fazem um set no vinil com soul, funky, samba e hip hop.

Leia também: Festival Bambata Brothers terá transmissão nacional

Para o grupo “Fé no Batuque” o monto é de estreia e emoção. “Estamos começando em um festival e estreando logo com o Bambata Brothers. É maravilhoso! A gente sabe da importância que é pro artista ter um trabalho num festival bem organizado e produzido. Estamos felizes e ansiosos pra assistir a apresentação de todos que participaram, dos outros irmãos da arte também envolvidos”, celebra Geraldo Nogueira, intérprete, compositor, percussionista e idealizador do grupo “Fé no Batuque”.

Nos dois últimos domingos de evento, passarão ainda pelo Festival misturas sonoras  como as rimas do rapper Sumano, o MC das antigas Negro Edi, Iris da Selva, artista não-binário paraense que tem na espiritualidade o elemento condutor das canções, sets de Zek Picoteiro. Em tom de despedida mas com reencontros. KL Jay, lendário DJ do Racionais MC’s, volta a tocar numa programação do Bambata Brothers.  Representando o Grime e o Drill, Nic Dias recebe o carioca SD9, representando a nova sonoridade do RAP paraense e brasileiro. Fechando a noite, o grupo de afoxé Afro Axé Dudu se apresenta com palavras de benção e músicas que pregam a igualdade racial.

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