Aíla lança 'Amor e Sacanagem' feat Luísa Nascim
O brega-funk embala o Dia dos Namorados numa conexão entre as influências musicais do Norte e do Nordeste
Aíla lança “Amor e Sacanagem”, novo single que retrata a relação afetiva entre duas mulheres para este Dia dos Namorados. A música tem a parceria da cantora Luísa Nascim (banda Luísa e os Alquimistas), do Rio Grande do Norte, em uma conexão Norte e Nordeste regada a brega-funk, que fala de desejo e liberdade.
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A nova música sucede “Treme Terra” e o remix da mesma faixa da artista paraense em parceria com Will Love (Gang do Eletro). Aíla planeja lançar um novo álbum ainda este ano. “Esse single (Amor e Sacanagem) antecipa a estética do meu terceiro disco, que tem a ver com a pesquisa, a imersão que tenho feito pelos ritmos periféricos do Brasil”, conta. Aíla quer flertar com ritmos da periferia nesse novo trabalho, como tecnobrega, brega-funk e outros gêneros das periferias também da América Latina e do mundo.
A faixa com Luísa foi gravada com cada cantora na própria casa. O produtor musical Baka (Banda Rosa Neon), de Minas Gerais, finalizou o trabalho na casa dele. “Nesse processo de pandemia, cada um está tendo que aprender, se resignificar, produzir em casa e fazer acontecer”, descreve Aíla, que iniciou a pré-produção do novo álbum. A composição é assinada pela paraense junto com Luiz Gabriel Lopes.
“Conheci a Luísa há pouco tempo. Essa música é um brega-funk com referência das mil cores da música do Pará, hip hop e vários sintetizadores envolventes. Tem a ver (a letra) com falar de amor entre duas mulheres. Porque, no Dia dos Namorados, convencionou-se em fala do casal homem e mulher, e não se pode falar da paixão do desejo entre mulheres”, ressalta Aíla.
A cantora ressalta a intenção da música de falar da liberdade de ser mulher, dos desejos e amores femininos, mas não apenas do romântico e idealizado, mas também de paixão. “É o momento da gente se reafirmar enquanto mulheres libertas e sem rótulos”.
Aíla e Luísa participaram de uma recente matéria da revista Vogue sobre as variadas vertentes da música brega. “Pudemos aprofundar ainda mais as nossas trocas (na entrevista). Daí para o single foi um passo”, declara Aíla. “Minha conexão com a Lu é recente, porém sincera”.
A ilustração da capa é assinada pelo também paraense Vilson Vicente. AÍLA e Luísa se transformam em personagens desenhados unicamente com cores primárias - amarelo, vermelho e azul - que se somam a estética brega, e nos transportam visualmente para o clima verão e nortista da faixa.
Trajetória
Aíla nasceu no bairro da Terra Firme, em Belém, e se projetou na música pop independente a nível nacional. Morando em São Paulo, ela traduz as falas diretas da música popular das periferias do país, do pagodão ao brega, numa linguagem eletrônica contemporânea. As letras da artista trazem reflexões como questões de gênero e feminismo, se consolidando como uma voz LGBT importante no cenário artístico brasileiro.
Ela se apresentou em festivais como Coala Festival e Sesc Pompéia (SP), Circo Voador (RJ), Se Rasgum (PA), Encontro Tradicional de Culturas (GO), Funarte (DF), Feira Literária Internacional do Xingu (PA) e outros. Com o segundo álbum, pelo Selo Natura Musical, ela recebeu indicações a prêmios, como o de Melhor Videoclipe no WME Awards.
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