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Sonora Brasil tem nova etapa em Belém e Castanhal com cantos indígenas

Apresentação do grupo Wiyae terá canções do povo Tikuna e de outras etnias

A 22ª edição do projeto nacional Sonora Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc), que este ano tem como um dos seus temas “A música dos povos originários do Brasil”, terá apresentações do grupo “Wiyae”, nesta quinta-feira, 5, no Sesc Castanhal (Av. Barão do Rio Barão, 10 – Nova Olinda) e na sexta-feira, 6, no Centro de Cultura e Turismo Ver-o-Peso (Boulevard Castilho França, 522/523), respectivamente, às 19h. A entrada é franca.

O grupo Wiyae, que significa canto na língua Tikuna, foi criado especialmente para o projeto Sonora Brasil. No repertório, além de músicas do povo Tikuna, estão composições próprias e músicas de outros povos indígenas recolhidos em pesquisas, que serão apresentadas a partir de recriações e arranjos artísticos.

Entre as integrantes do grupo está Djuena Tikuna (que significa a onça que pula no rio) nascida em Umariaçu, terra que ocupa áreas do Brasil, Peru e Colômbia. Ela canta a cultura do seu povo, mantendo viva a sua história. Outra artista que faz parte do Wiyae é Magda Pucci, cantora, arranjadora, compositora, educadora musical e pesquisadora das músicas de vários povos há 23 anos. Ela é também diretora musical do Mawaca, grupo de São Paulo que recria músicas de diferentes tradições do mundo.

Fazem parte, ainda, Diego Janatã, maranhense que tem viajado por diversas comunidades indígenas, por todo o Brasil, pesquisando e registrando a musicalidade dos povos das florestas e também o som dos tambores das comunidades quilombolas e tradicionais do Maranhão e de outras partes da Amazônia, e Gabriel Levy, arranjador, compositor, educador e produtor musical. Este último é acordeonista do Mawaca e já atuou em shows e álbuns ao lado de importantes artistas brasileiros dos mais diferentes estilos.

Em 2019 outro tema que está sendo abordado pelo Sonora Brasil é “Líricas Femininas - A presença da mulher na música brasileira”, pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No ano seguinte os grupos invertem as regiões fazendo com que todos circulem por todo o país. Uma curadoria formada por profissionais do Sesc de todo o país é responsável pela escolha dos temas e grupos que integram a programação.

“A Música dos Povos Originários do Brasil” está sendo apresentado por meio de quatro circuitos, com dois grupos diferentes em cada, mostrando um pouco da diversidade musical e estética dos povos indígenas. Os circuitos são compostos pelos grupos tradicionais: Teko Guarani, do povo Mbyá-Guarani (RS) e Nóg gã, Kaingang (RS); Dzubucuá, do povo Kariri-Xocó (AL) e Memória Fulni-ô, Fulni-ô (PE); Opok Pyhokop, do povo Karitiana (RO) e Wagôh Pakob, do Paiter Surui (RO); e pelo grupo Wiyae que reúne os trabalhos da artista indígena Djuena Tikuna (AM) e da cantora e pesquisadora Magda Pucci (SP) do grupo Mawaca.

“Há 22 anos, o Sonora Brasil desperta o interesse do público para expressões musicais identificadas com a história da música brasileira, apresentando grupos que estão fora dos grandes centros culturais. Durante dois anos os artistas se revezam pelo país, percorrendo todas as regiões, em extensa programação cultural”, explica Gilberto Figueiredo, analista de cultura do Departamento Nacional do Sesc.

Até o fim de 2019, os 63 artistas dos dois temas farão 350 apresentações, em 97 cidades. “O Sonora privilegia temas que mantenham as raízes da música brasileira e que não tenham uma abordagem recorrente na mídia. Este ano estamos indo além, reforçando a importância do olhar diferenciado para a música feminina e indígena”, conclui Gilberto.

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