Exclusivo: Estilista paraense Ludimila fala sobre criações autorais e sustentáveis
Empresária teve um de seus modelos usados pela apresentadora Patrícia Poeta durante o programa Encontro
A estilista paraense Ludimila Heringer teve um de suas peças usadas pela apresentadora Patricia Poeta no programa Encontro desta semana. Em entrevista ao Grupo Liberal, a empresária contou detalhes sobre o processo criativo das peças, entre elas, a utilizada pela jornalista no programa matinal.
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Ludimila já vestiu Fafá de Belém, Alane Dias e outros paraenses famosos e disse que fica muito feliz em ver seu trabalho ser reconhecido no Pará e no âmbito nacional. O vestido feito por ela, usado por Patrícia, foi escolhido para ser divulgado no programa comandado pela apresentadora, que, todo início do mês, usa a roupa de um estilista nacional para divulgar.
"É muita felicidade. Foi demais. É muito bom ter esse reconhecimento do nosso trabalho. Não esperava que fosse viralizar desta forma. A Patrícia usou lindamente o vestido, o primeiro que fiz para essa coleção. Eu levei três semanas para finalizar. Foi feito com todo cuidado e carinho. Ela ficou muito bonita e satisfeita e isso me deixou muito feliz", comemorou.
O vestido de Poeta integra uma expansão da primeira coleção de Ludimila, chamada 90 Graus. A marca inicialmente tinha somente oito looks. No ano passado, a marca da estilista fez 5 anos e ela decidiu ampliar os modelos, tendo base os quadradinhos de crochê. "Deles é que vem o nome da coleção: 90 graus, pois toda peça era geométrica derivada do quadrado perfeito, onde encontramos o ângulo de 90 graus”, contou.
Além do crochê, a estilista trabalha com a arte de tingir tecidos. Ela iniciou com o crochê e, na época da pandemia da covid-19, se aprofundou em insumos do Pará para tingir suas peças que fazem parte de uma moda sustentável e produzida a partir de ervas, folhas de goiabeira, temperos e outros produtos encontrados no estado.
Para trabalhar sua técnica da forma que queria, a estilista percebeu que precisaria trabalhar com peças sob medida e descobriu uma estamparia que utiliza folhas e flores para estampar seus modelos, feitos em poucas unidades e encomendados com antecedência para serem entregues após todos os processos que envolvem desde a limpeza do material com carbonato até a finalização para ser entregue às clientes.
"A primeira vez que fiz foi com folha de goiabeira e percebi que queria trabalhar com isso, em 2019. Fiz uma peça que integrou a primeira coleção de roupas que foi para um desfile produzido por mim. Usei também a casca de cebola nessas roupas", disse Ludimila.
Desde 2017, Ludimila apresenta seus modelos no Amazônia Fashion Week. Atualmente, as peças autorais vendidas pela estilista são feitas com tecidos de linho e seda pura, por apresentarem uma qualidade que ela acredita ser melhor.
"Comecei a tingir as peças em casa mesmo, naquela época, utilizando fogão de cozinha. Dependendo do insumo que eu escolho, consigo atingir a cor que desejo. Já usei pariri, casca de cebola e de romã, pau-roxo, carqueja e jatobá. Tudo o que eu uso é sal ou mineral para preservar minhas peças depois de tirar todas as impurezas", explica.
(*Estagiária sob supervisão do Coordenador do Núcleo de Cultura de Oliberal.com, Abílio Dantas)