Massa Grossa trabalha em novo single "Clima Junino"
A música faz parte do EP "Retalhos"

Pio Lobato, guitarrista referência na música brasileira, segue trabalhando sem intenção de diminuir o ritmo, estudando e experimentando como se ainda fosse um novato na cena artística. Se dedicando atualmente ao projeto Massa Grossa, grupo que integra ao lado de seu amigo e parceiro de longa data, Vovô Batera, Pio celebra oportunidade de poder se arriscar com sua guitarra, migrando de um estilo musical para o outro nos singles do EP “Retalhos”, projeto atual da banda que lançou recentemente o single “Clima Junino”.
“Eu não tenho um gênero definido e específico no meu trabalho”, explica Pio Lobato, tentando se afastar ao máximo dos rótulos que muitas vezes são impostos pela indústria. “Eu toco guitarrada, toco carimbó, rock, e faço muita coisa experimental. Então, passear entre os gêneros é necessário, justamente para não se fixar e não se viciar. O Vovô sabe muito bem disso, pois a gente passeou por um monte de coisa”, revela o guitarrista que já tocou com Cravo Carbono, Mestres da Guitarrada e, atualmente, dedilha as cordas da guitarra na banda de Dona Onete.
Neste último single, Pio, Vovô Batera e a vocalista Ana Lemos apresentam um xote dançante, costurando mais um pedaço da diversidade artística que a banda celebra, depois de apresentarem um bolero e um brega/rock nas canções anteriores. Compositor das canções do grupo, Vovô conta que, mais uma vez, a música foi composta pela perspectiva de um personagem criado por ele, com uma pitada das experiências que ele mesmo viveu.
“Como toda arte, a música envolve essa coisa de explorar as coisas. Eu sempre gostei de dançar. Quando eu era mais novo, dançava lambada, dançava xote, com minha irmã. A gente ia para as festas eu, ela e minha mãe na minha adolescência, lá pelos 17 anos. Eu vim de Rondônia com sete anos, e minha mãe era viúva, não tinha compromisso com marido e saia com a gente. A gente tomava umas, saía junto para se divertir, dançar”, conta o Batera sobre de onde veio o xote raiz do Massa Grossa “O saudosismo aí vem do ritmo, das coisas que a gente viveu”, explica Vovô, em sintonia total com Pio Lobato.
“Em todos os projetos que eu me meto, o Vovô protagoniza a parte percussiva, rítmica: desde os Mestres da Guitarrada, o Cravo Carbono, e a Dona Onete, que nem se fala. No último disco dela, foi praticamente a bateria do Vovô e a banda”, exalta o guitarrista, que diz que foi esse carinho e admiração pelo trabalho do amigo que fizeram com que ele se jogasse nesse novo projeto. “A essência da música é se complementar no outro. Pensar ‘ah, vou fazer uma música para mim mesmo’ é um negócio estranho. Então, fazer parcerias musicais é importante. Dessa vez ele [Vovô] está se reinventando como compositor, e eu não podia ficar de fora. O cara é meu ‘brother’ e está se reinventando - na verdade, todo mundo na banda está em um processo de reinvenção. Então, em cada single, costurado pela ideia do Vovô, pela história do Vovô, ele catalisa um monte das vontades de tocar de todos do grupo”, conta Pio Lobato, mais um ingrediente da mistura do Massa Grossa.
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