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Liberadas para retorno, redes de cinema organizam reabertura na capital paraense

Enquanto isso, teatros seguem sem previsão de volta, com exceção dos palcos do Sesi; entenda

Ana Carolina Matos

O retorno das atividades culturais em meio a uma pandemia ainda em curso tem dado as caras de forma tímida. Grandes redes de cinema atuantes na capital paraense já têm, inclusive, previsão de retorno dos serviços. A passos lentos, o setor de entretenimento vem tentando se reerguer - com ressalvas e necessárias precauções - em todo o país.

A volta atende ao que foi anunciado pelo prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, no último dia 20 de agosto. O gestor municipal declarou a retomada de várias atividades econômicas na capital paraense, entre cinemas, teatros e museus, além de esportes coletivos e clubes sociais. As atividades, entretanto, devem seguir um protocolo específico presente no Decreto Municipal.

A flexibilização ocorre logo após o Governo do Estado incluir a região metropolitana de Belém na bandeira amarela, uma maneira de dividir o território paraense por zonas para definir a retomada de atividades e reabertura de estabelecimentos de segmentos diversos. A medida leva em consideração o índice de leitos de UTI disponíveis, taxas de testes e índice de contágio em cada região.  

Em relação ao cinema, duas franquias já afirmam que devem reabrir as portas na próxima semana, dia 3 de setembro. É o caso do Moviecom, presente em shoppings do centro e também da Grande Belém. Quem busca novidades nas telonas, entretanto, terá de esperar mais um pouco. Por enquanto, a rede de cinemas voltará a funcionar com uma programação de reprises, intitulada De Volta para o Cinema, uma vez que lançamentos foram cancelados no mundo inteiro por conta da pandemia de coronavírus. Apesar disso, já há estreias marcadas, inclusive de filmes nacionais, segundo o cinema.

Em nota, a assessoria informou que "todos os protocolos determinados pelas autoridades serão rigorosamente seguidos" para garantia da segurança de clientes e colaboradores. A franquia afirma que tem, inclusive, investido no treinamento dos funcionários para garantir que as medidas de segurança estejam sendo cumpridas dentro das salas de cinema. Outra "novidade" da reabertura será um vídeo-educativo - que deve ser exibidos nas redes sociais da franquia e também entre os tradicionais trailers - para informar os frequentadores como circular pelo cinema em segurança.

"As distâncias entre as pessoas sentadas na sala tem sido um ponto comum entre todos os protocolos e isso será garantido automaticamente pelo próprio sistema de venda de ingressos do cinema. Na fase de reabertura vamos operar com capacidade de 50%, garantindo o distanciamento social exigido pelas autoridades. O distanciamento respeita as pessoas que compraram ingressos juntos e deixa espaços vazios entre elas e as outras pessoas de fora do seu grupo", diz a posicionamento da empresa, que ressalta ainda que será estimulada as compras por aplicativos, a oferta de álcool em gel pelo espaço e espaçamento entre as sessões.

Os cuidados com a higiene, que até meses atrás seriam considerados exagerados, fazem parte do que vem sendo considerado como o "novo normal". As precauções são parecidas com as que serão tomados pela rede Cinesystem, presente em um shopping em Ananindeua, que também reinicia o trabalho no dia 3 de setembro. A empresa também iniciará a programação com o Festival de Volta Para o Cinema  que exibirá os filmes Minions, Matrix, Os Caça-Fantasmas e Mulher-Maravilha.

Entre as determinações, o uso de máscaras segue obrigatório em todos os ambientes. Além disso, os ingressos serão vendidos preferencialmente por autoatendimento ou pela internet. "Os terminais de autoatendimento estarão posicionados respeitando o distanciamento obrigatório. O distanciamento vale também para os banheiros, que contarão com boxes e pias intercalados, e locais de atendimento. Os guichês contarão com barreiras de acrílico para proteção e distanciamento entre os clientes na fila sinalizado no chão", detalha Sherlon Adley, diretor Comercial e de Marketing da Cinesystem.

Além disso, a rede de cinema também garante que decidiu investir no "treinamento da equipe, detalhando os protocolos e orientando sobre os processos internos e externos", com objetivo de manter o "cliente orientado, seguro e bem atendido". Na nova dinâmica, o cinema também contará com tapetes químicos para limpeza dos sapatos, espaçamento entre os clientes e saída organizada em fileiras para evitar aglomerações. 

Contactada, a rede Cinépolis preferiu não se manifestar sobre o assunto. A reportagem de OLIBERAL também manteve contato com o UCI Cinemas, mas não obteve qualquer retorno até o fechamento desta matéria.

Teatros

Liberados segundo o decreto municipal, alguns teatros ainda seguem com dúvidas em relação à reabertura. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) informou que "tanto o Theatro da Paz quanto o Teatro Gasômetro permanecem fechados, sem previsão de reabrir para atividades culturais". O comunicado ressaltou ainda que, durante diálogo com grupos teatrais locais, foi apontada a "necessidade de ter cautela para não expor atores e o corpo técnico aos riscos de uma reabertura neste momento".

O comunicado ressaltou ainda que a Secult segue avaliando, juntamente com a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), o protocolo para garantir uma retomada segura dos espaços teatrais.
No caso do Teatro Margarida Schivasappa, que integra a Fundação Cultural do Pará (FCP), o retorno também segue indefinido, informou a assessoria de imprensa do espaço.

Mais seguros em relação ao retorno, a equipe do Teatro do Sesi informou que o espaço já está preparado para receber as demandas artísticas e do público em segurança. "No momento não temos nada agendada ainda no teatro, mas estamos com a nossa pauta aberta pra agendamentos, pra produtores, artistas... O teatro já está preparado pra isso. Nosso protocolo de segurança já existia e veio ao encontro do protocolo de funcionamento que o decreto estabelece, então nós estamos preparados pra atender esse público artista e também esse público que vem prestigiar o teatro, assistir as peças, assistir os musicais pra recebê-los com segurança e responsabilidade", enfatizou Ana Cláudia Moraes, coordenadora do Teatro do Sesi.

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