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'Irmãos Psica' : Da Cidade Nova para o rol da gigante Warner Music

Conquista do selo criado pelos irmãos Jeft e Gerson Dias com a gravadora é resultado de uma caminhada que teve origem, precisamente, na feira da Cidade Nova 4, ambiente em que os dois irmãos estiveram durante boa parte de suas vidas

Igor Wilson

A parceria entre a Warner Music e o selo Psica Gang deu o que falar este mês, afinal de contas, não é sempre que uma das maiores gravadoras do país concentra sua captação na região norte. Ao todo, serão mais de quinze artistas do Pará e do Amapá que serão impulsionados pela multinacional. A conquista do selo criado pelos irmãos Jeft e Gerson Dias com a gravadora é resultado de uma caminhada que teve origem, precisamente, na feira da Cidade Nova 4, ambiente em que os dois irmãos estiveram durante boa parte de suas vidas. 

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Os irmãos ficaram conhecidos no meio musical primeiro produzindo eventos. O talento fez com que ganhassem reconhecimento dos próprios artistas ao longo dos anos. A criação da Psica Produções veio com o objetivo de ajudarem a divulgar e organizar promissores artistas do Pará, realizando shows e o Psica Festival, consolidado no cenário regional. 

“Vamos fazer um trabalho de venda do artista. A Warner vai vender os artistas do selo para plataformas como Spotify e Deezer. Isso tem um motivo, eles perceberam o potencial para esses artistas emplacarem nacionalmente. Por exemplo, se alguém escutar música amazônica ou relacionada, existe a chance dos algoritmos do aplicativo sugerirem esses artistas. Muitas pessoas hoje conhecem músicas novas dessa forma”, explica Jeft. 

ARTISTAS QUE COMPÕEM O PSICA GANG 

As cantoras Layse e Nic Dias são duas das artistas que terão suas canções divulgadas pela Warner. Layse, autora de composições que fizeram a cabeça dos paraenses, como o hit “Papo Legal”, e a rapper, considerada uma realidade da cena regional, entraram em playlists nacionais sugeridas pelos aplicativos ao ouvinte, aumentando o alcance de público. "Estar incluído nestas playlists é tão importante para o artista como era tocar sua música na rádio no passado. As playlists funcionam como a nova rádio de uma geração", compara Gerson.  

“O objetivo é não ver mais artistas paraenses desaparecerem por falta de apoio. Quando a gente fala em periferia tende a vermos como pessoas que só consomem tecnobrega. A periferia na verdade é muito diversa, tem de tudo e tudo se mistura. Costumamos dizer que trabalhamos com o alternativo do periférico. Artistas como esses precisam dessa força, de visibilidade, suporte. E nada melhor que um grupo de pessoas da própria periferia para fazer esse trabalho”, diz Jeft. Os dois irmãos continuam morando na Cidade Nova. No mesmo lugar de sempre. 

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