MENU

BUSCA

Visagens e assombrações da Amazônia viram artes feitas por ilustradoras paraenses; confira

Integrantes do coletivo MAR mostram suas visões de histórias famosas como Matinta Pereira, O Fantasma da Soledade, A Porca do Reduto e outras

Lucas Costa

O Dia das Bruxas tem uma série de histórias assustadoras para serem contadas sobre ele. É essa mesma data que leva para as ruas milhares de crianças fantasiadas em busca de doces nos Estados Unidos, como aprendemos nos filmes hollywoodianos. Mas por aqui, na Amazônia, também não faltam histórias para tremer na base quando a data vai se aproximando. Grande parte dessas narrativas foram imortalizadas no icônico livro “Visagens e Assombrações de Belém”, de Walcyr Monteiro; e outras seguem no imaginário popular até os dias de hoje, repassadas pela tradição da oralidade.

Seja o passeio de carro sombrio de Josephina Conte, “A Moça do Táxi”; ou a forma como se deve reagir ao ouvir o grito de uma Matinta Pereira; não faltam motivos para temer, e também celebrar a data. E foi para contar essas histórias que O Liberal convocou novamente o time de artistas do coletivo Mulheres Artistas do Pará - MAR (www.mulheresartistaspa.com.br) para uma missão.

Desta vez, elas tiveram que contar por meio de ilustrações as histórias de lendas, visagens e assombrações. O resultado foi uma série de obras incríveis ao mesmo nível em que são assustadoras, capazes de gerar medo em paraenses mais até que espíritos que vivem em poços ou assassinos que aparecem durante pesadelos.

As artistas mostraram suas visões de histórias como a da Matinta Pereira, O Fantasma Erótico da Soledade, A Porca do Reduto, Boiúna e A Mulher Sem Face. Todas disponíveis abaixo.

Moara Tupinambá, uma das artistas e coordenadoras MAR, e que também participa da ação, destaca uma conceituação de “visagem” do professor indígena Florêncio de Almeida Vaz. Derivada do francês, a palavra significa “cara, careta, visão”, mas nortistas, é algo que remete ao medo, e que assusta, principalmente durante a noite, em lugares escuros, como coisas de outro mundo.

“Existem lugares que são conhecidos como visagentos. Nós, que moramos na cidade, que nascemos em cidades como Belém do Pará, também ouvimos falar das visagens que correm pelas cidades. Segundo o escritor Yaguare Yamã, visagem é o nome que se dá às muitas entidades naturais malignas na pajelança Maraguá, que eles chamam de Wãlãkã, em nheengatu. É importante ressaltar que a visagem não é o ser encantado como o Boto, a Mãe d´Agua, a Iara, Cobra Negra, chamadas Boiuna e Karuanas”, destaca Moara.

Ainda citando Yaguare Yamã, a artista explica que objetivo maior das visagens é fazer mal às pessoas, e não à floresta e demais seres que nela vivem. Moara conta que há também visagens que habitam tanto as cidades quanto as florestas, como as conhecidas Matinta Pereira, Mão Cabeluda e Pisadeira.

“É importante que a gente leia autores indígenas, como Yaguarê Yamã, Daniel Munduruku, Olívio Jekupé, para compreender sobre estas cosmovisões que existem entre nós, e que a gente entenda que cada povo originário do Brasil tem suas particularidades e entendimento sobre os espíritos e entidades que nos cercam”, defende Moara.

Veja todas as ilustrações:

Renata Segtowick

InstagramSite

Matinta Eremita

 

Mandie Gil

Instagram

A Porca do Reduto

O Espectro e a Botija

Noivado Sobrenatural

 

Mandy Barros

Instagram

A mulher sem Face

Boiuna

Tirinhas

 

 

 

Helô Rodrigues

Instagram - helorodriguesilustra@gmail.com

Cobra-Grande

 

Moara Tupinambá

Instagram - Site

Mati Tapewera

Mulher Sem Face

 

Ty Silva

Instagram - Site

Fantasma da Soledade

 

Gabriela Alves

Instagram

Matinta

 

Ana Laura Figueiró

Instagram

A Marinta Travada no Close no Super Pop

 

Cultura