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Francisco Weyl lança livro com ensaio crítico sobre cinema na Amazônia

'Kynema' expõe teorias e convida à reflexão sobre a produção audiovisual.

Enize Vidigal

O escritor, jornalista e cineasta Francisco Weyl publicou “KYNEMA: Ensaios científicos, semióticos, metafísicos, poéticos e políticos sobre arte, cinema e estéticas de guerrilhas” (Ed. Vicenza), um livro crítico sobre a produção de cinema contemporâneo na Amazônia, voltado a profissionais, estudantes e pesquisadores interessados no tema.

Ao longo de 405 páginas, Francisco Weyl, que se auto-intitula “O Carpinteiro da Poesia”, revela o seu “pensar-manifesto” em diálogos críticos com práxis e paradigmas teórico-poéticos. “Kynema é um uma estudo, pensamento e ação que tenta dar conta do contexto cinematográfico amazônico com a construção de uma crítica e tentativa de afirmar teorias, trazendo conceitos atravessados das estéticas de guerrilhas, poéticas da gambiarra e tecnologias do possível”, descreve.

O livro é prefaciado pelo Doutor em Cultura pela Universidade de São Paulo, o antropólogo, cineasta e curador da Mostra Internacional do Cinema Negro, professor Celso Luiz Prudente: “Weyl estabelece um desiderato de possibilidade rizomática, sugerindo um diálogo oxigenador com Deleuze e Guattari (2011) e Ribeiro (2019). (...) Percebo uma construção textual de profunda criatividade original, considerando que sua autoria é demonstração inequívoca da possibilidade da resistência, que se faz no discurso sofisticado da existência de uma prosa poética”, descreve Prudente.

O livro foi lançado durante o Festival Internacional de Cinema do Caeté, há um ano, e está com exemplares à venda no site da editora.

Trajetória

“Kynema” é a primeira incursão de Weyl à prosa, particularmente aos ensaios, num resgate da própria trajetória como pesquisador, com foco na resistência política amazônida, antiglobal. Graduado em Cinema, especialista em Semiótica, mestre e doutorando em Artes, ele é autor de livros de poesia - “Diário de Naufrágio”, 1999; “O Chapéu do Metafísico”, 2000; “Virgens Viragens”, 2001; e “O nome da coisa nada”, 2006 - e de filmes, no Brasil, em Cabo Verde e em Portugal.

Francisco Weyl também publicou artigos científicos e artísticos, atuou como jornalista, editor de publicações, produtor, editor e diretor de programas de televisão e dirigiu filmes, inclusive, premiados, como O chapéu do metafísico”, vencedor do Grande Prêmio Douro Film Festival, em 2006, e “O nome da coisa nada”, que recebeu Menção Honrosa no Festival Internacional de Cinema Pobre, em Cuba, em 2005.

O paraense também venceu o prêmio Residências Estéticas em Pontos de Cultura (Minc/Funarte, em 2009, com o projeto Resistência Marajoara que formou coletivos audiovisuais de jovens em condições de vulnerabilidade, no município de Soure, na ilha do Marajó. E, ainda no âmbito do cinema, criou projetos de circulação e difusão de obras audiovisuais no interior do Pará, dirigiu a Federação Paraense de Cineclubes e criou o Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), em 2014.

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