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Foliões comemoram pré-carnaval e contam como estão se preparando para as ‘micaretas’

foliões já começam a idealizar as fantasias e o planejamento para o carnaval nos blocos de Belém e de outros estados brasileiros

Emanuele Corrêa

O Carnaval é uma das mais tradicionais festas populares do mundo e, muitos paraenses, são apaixonados pelo período e se intitulam "micareteiros de carteirinhas". Com o pré-carnaval se aproximando, os foliões já começam a idealizar as fantasias e o planejamento para o carnaval nos blocos de Belém e de outros estados brasileiros.

O professor universitário, Carlos Guzzo Júnior, 37 anos, é um dos apaixonados pela folia carnavalesca e conta que herdou este amor dos pais, que passavam todos os anos na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém. "Saíam fantasiados na ilha de mosqueiro. Eu passava dois dias assistindo na TV as escolas de samba do Rio. Na escola já começava a dar os primeiros passos. Acredito que o ano só começa depois do carnaval, sempre ouvi isso e levo para vida", disse.

"A minha paixão começou em 1995, quando eu vi pela primeira vez o 'Parafolia' lá na ilha de mosqueiro, ainda em julho. (Que é uma micareta fora de época, carnaval feito fora do mês dele). Ali o bloco Piro e Kalango faziam suas estreias na avenida 16 de novembro e iam até a ilha do Farol. Lá me apaixonei. Vi a banda Eva com Ivete ainda, Olodum, Ricardo chave, Gera samba... foi ali que eu me apaixonei ainda mais pelo Axé e disse que o carnaval tinha que ser sempre nessa pegada", completou.

Com a retomada das programações culturais, após a melhora do cenário epidemiológico, Guzzo diz que está ansioso pelo carnaval 2023 e, principalmente, por ver o trio nas ruas de Belém, os blocos de ruas. "Amo o carnaval de rua, acho uma festa democrática, porém Belém tinha perdido essa característica. Teve altos e baixos. Aí por conta da pandemia e questões de saúde tivemos que parar e agora acho que ele entrou novamente no cenário proporcionando essa festa de rua novamente", arguiu.

Por isso, o professor está empolgado e com boas expectativas de reunir os amigos e outros apaixonados pelo período. Mas, apesar da melhora em relação a Covid-19, ele deixa o alerta para que a "brincadeira e folia" não seja interrompida. "A expectativa é muito grande em relação ao carnaval de Belém. Neste ano, já olhei o calendário de festas e acho que vai amenizar a saudade de estar em uma comemoração com os amigos. Uma coisa muito importante: 'todos precisam se vacinar', é isso que vai fazer com que voltemos com segurança às nossas festas. Irei pular sim, já comprei três um para cada final de semana (Kalango, Largadinho e timbalada) mas acho que ainda vou ver mais algum", finalizou bem-humorado.

 

‘Pará tem o melhor carnaval do país’, diz criador de bloco de rua

O bloco do Kalango é um dos mais tradicionais do carnaval paraense e existe há 28 anos. Carlinho Belo, diretor do bloco, revela como surgiu esse amor que culminou no nascimento do bloco e quais são as novidades de 2023. "Venho no carnaval desde a época de 'CarnaBelém' e 'Pará Folia'. Kalango surgiu no Pará Folia e desde lá mantemos a tradição. Esse Ano buscamos inovações para o bloco, um novo formato, colocando quem é de trio no trio. Dando uma maior estrutura a nossos foliões", disse.

Para Carlinho, o Pará tem o maior carnaval do país e recebe pessoas do Brasil e do mundo todo no período. "Paraense sabe tanto fazer carnaval, que já foi tão bem colocado, tanto nos rankings de carnaval de escola de samba, quanto micareta, pré-carnaval. Sempre no topo dos melhores. Por sinal Belém hoje tem o maior pré-carnaval do Brasil. Já foi matéria de programas de televisão no cenário nacional", concluiu.

A jornalista Nathália Lima, 34 anos, também aguarda o ano inteiro pela folia. "Sou aquela brasileira que passa o ano inteiro contando os dias, os meses, pra chegada do novo carnaval. Quando acaba um, já estou pensando no carnaval do próximo ano. É um sentimento único, de alegria, felicidade e liberdade. Acho que em outra vida fui rainha de bateria, presidente de escola de samba (risos). Algo do tipo. O carnaval é minha paixão", comentou entre risos.

Viniccius Lobato, 28 anos, profissional de Educação Física também tem uma relação com o carnaval desde criança. Aos 13 anos ele via a mãe puxar a frente de alguns blocos da época. Essa relação familiar fez nascer o "micareteiro", inclusive, conta que viaja pelo Brasil atrás de carnaval. "De cara ver o bloco Cerveja e Cia, de Ivetinha, bloco Uau da Claudinha e o Chiclete com banana com o Bell Marques, fez nascer um novo micareteiro na família. Viajo o ano inteiro para as micaretas fora de época atrás dos trios e é sempre muito emocionante, é como se eu tivesse fazendo tudo pela primeira vez, é único", contou.

A alegria e paixão pelo carnaval de rua é tão grande para Viniccius que ele guarda todos os abadás dos blocos que sai e já está ansiosa para aumentar a coleção de camisa com os abadás deste ano. “A expectativa é a melhor de todas, fico vendo e revendo vídeos de micaretas e desde janeiro já começo a sentir o cheiro dos blocos, o coração acelera e conto os dias para pular, brincar e me divertir atrás dos trios. Com a melhora do cenário epidemiológico, sem dúvidas iremos aproveitar o carnaval de forma mais segura, comemorando assim, um novo ciclo maravilhoso que está por vir. Vem carnaval, viva o axé!”, finalizou.

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