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“Flashdance TF” é o único roteiro do Pará selecionado em edital de Novos Realizadores da Ancine

O edital é da Agência Nacional do Cinema e foi alvo de polêmica

Bruna Lima

Depois da polêmica ocorrida no edital Novos Realizadores da Agência Nacional do Cinema (Ancine), um novo resultado saiu nesta terça-feira (7) e o projeto Flashdance TF, da produtora Floresta Urbana, foi o único contemplado do Pará. Flashdance TF é a primeira obra de ficção da produtora. O roteiro é de Ismael Machado e Vlad Cunha.

O jornalista e roteirista Ismael Machado explica que a ideia do filme veio de uma conjunção de fatores. “Fizemos um curta chamado 'O amor tem cheiro de pimenta e cominho', sobre uma moradora do bairro da Terra Firme, que tem uma incrível história de superação. Isso a partir de um edital ganho em parceria com a professora Lília Melo, que tem um trabalho de resistência entre a juventude de lá. Vi algumas coisas muito fortes nas gravações e a ideia foi fermentando. Agora, o que a gente pensa é que toda a equipe de atores e atrizes e parte da equipe de produção seja da Terra Firme. É um momento inicial, mas é o pensamento”, destaca Machado.

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Sobre a trama, Ismael diz que se passa um ano depois de uma noite de chacina que dizimou 15 pessoas, na Terra Firme, um dos maiores e mais populosos bairros de Belém. Uma das vítimas foi o pai de Greyce e JP. O casal de irmãos forma um minigrupo de dança, ‘agenciado’ informalmente por Pato. O trio se divide entre ensaios e a luta pela sobrevivência no cenário de pobreza que é o cotidiano de cada um.

O projeto está na fase de pré-produção e filmagens, que se trata de um processo longo, conforme afirma Ismael. “Antes disso devo ter a produção da série de ficção 'O amor em tempos de bullying', com a TV Norte. O roteiro e a direção dessa série serão minha e do parceiro Vlad Cunha, que aliás, também assina o roteiro de Flashdance TF. Esse vai ser o primeiro longa de ficção da Floresta Urbana, uma equipe formada, além de mim, por Aline Paes, Glauco Melo e Michelle Maia, quatro trabalhadores do jornalismo que enveredaram por esse caminho do audiovisual”, acrescenta.

Sobre a polêmica do edital, Ismael destaca a Região Norte foi 'apagada'. “Os projetos começaram a não ser contemplados. E ao mesmo tempo, isso era contraditório porque muita coisa interessante tem sido feita na Amazônia. Quando o resultado preliminar foi divulgado, gerou esse clima. Muita gente se manifestou. E a Ancine percebeu o erro. Foi alocada uma suplementação de recursos para a Região Norte e os seis projetos que haviam obtido a maior nota foram contemplados. Nós entre eles. É importante que haja produção amazônica. O mundo olha para a Amazônia. Ela é o centro do mundo e não pode ainda ser olhada como periferia”, pontua.

A produtora Floresta Urbana tem dois anos de existência. Produziu os curtas-metragens ‘Amador, Zélia’ e ‘O amor tem cheiro de pimenta e cominho’. O primeiro, contemplado no Edital da Lei Aldir Blanc, vem sendo selecionado e premiado em diversos festivais nacionais.

Outra produção da Floresta Urbana é o documentário ‘Na Fronteira do Fim do Mundo’, que aborda impactos da mineração no sudeste do Pará, selecionado em 2022 no Independent Film Festival de Montreal, no Canadá.

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