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Festividade do Sr. Malandrinho completa 20 anos de tradição no bairro da Terra Firme

A programação ocorre no período de 7 a 9 de janeiro para toda a comunidade 

Bruna Lima

O bairro da Terra Firme começa o ano com a tradicional Festividade do Sr. Malandrinho, que já tem mais de 20 anos de história. A festa é realizada durante três dias,no período de 7 a 9 de janeiro, na passagem Vilhena entre avenida Tucunduba e rua da Olaria, às margens do rio Tucunduba. É uma festa de rua, aberta ao público.

A festividade engloba a sociedade afro-religiosa do Pará, dos moradores do bairro e entorno. Além de difundir a cultura de terreiro e periférica. A programação abrange ações comunitárias, atividades do culto de Tambor de Mina e a pluralidade cultural com shows de artistas paraenses.

Daniel ADR, rapper e produtor cultural, onde dentro do terreiro se chama Ogumnyle, está na organização do evento e explica que em todas as edições artistas paraenses e do bairro da Terra Firme realizam esse sincretismo cultural. "A festa intercala entre o ritual do Tambor de Mina e a festa profana com a apresentação de artista. Contudo o que mais marcou da parte cultural foram as diversas participações da cantora Cleide Moraes que era presença confirmada em todas as edições da festa", recorda.

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Nesta edição, a programação cultural conta com Creuza Gomez, Iris da Selva e Lu Magalhães. Mas além de música, a organização do evento também promove ação social, de saúde, oficina de trança e artesanato.

As ações contidas no projeto têm em vista a mudança de um olhar estigmatizado sobre as periferias e religiões de matriz africana, desvalorizando, o que é proveniente delas. "Desde o surgimento da festa o objetivo sempre foi abranger a diversidade cultural e religiosa, visto que a festa é realizada no Bairro da Terra Firme às margens do rio Tucunduba, bairro periférico que é conhecido por fervilhar cultura", pontua Daniel ADR.

Onicyle, contra-guia do Ylê Ashé Toy Azaká e Oxum (nome do terreiro), explica que em decorrência da pandemia, foi preciso paralisar as atividades durante dois anos. Mas este ano, a festividade está retornando para toda a comunidade. "Esse senhor é um senhor que nos ajuda muito, nos dá axé e sempre está com a gente. Estamos muito feliz em poder retornar", comemora.

Saiba mais sobre o terreiro:

O nome do terreiro é Ylê Ashé Toy Azaká-Oxum

Fundado em 20 de outubro de 2004 pelo Zelador Huandazaka

É um centro religioso de culto Tambor de Mina Jeje, Nagô & Kambina da Mata.

Além da prática religiosa, o terreiro também é representado como espaço de luta e resistência do povo negro e periférico,

Atuante na disseminação da cultura africana no Brasil, é espaço de reprodução das matrizes africanas e sua interação com a cultura periférica e nortista.

Atua também nas práticas de assistencialismo voluntário nas intermediações do bairro com ações sociais destinadas a pessoas que se encontram em vulnerabilidade social com a distribuição de refeições e cestas básicas, além de atividades envolvendo a pluralidade cultural periférica.

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