MENU

BUSCA

Escritores ajudam a manter histórias do folclore regional vivas

Antônio Juraci Siqueira e Walcyr Monteiro, morto recentemente, estão entre os principais nomes do gênero

Enize Vidigal

No Dia do Folclore Brasileiro, comemorado nesta quinta-feira, 22, dois nomes da literatura paraense são referências obrigatórias quando se fala no registro e memória da cultura popular paraense: o escritor, cordelista e poeta marajoara Antônio Juraci Siqueira e o escritor e pesquisador Walcyr Monteiro, que faleceu há três meses.

Juraci Siqueira, também conhecido como 'O Boto', ressalta a vastidão de lendas e contos populares que servem de fonte de inspiração para vários autores, como ele próprio. Em homenagem à data.

Com 40 anos de carreira e cerca de 80 títulos publicados, Juraci não se cansa de beber no imaginário regional para escrever. No mais recente livro, "Confabulando", de 2018, ele reescreve fábulas clássicos de autores universais com personagens amazônicos. "Sempre que puder falar da nossa cultura, eu farei. Porque ninguém ama o que não conhece. A nossa cultura é tão rica... A cultura é a identidade do povo", descreve.

No livro "Aumentei, mas não menti", ele retrata o mito da criação da noite, conhecido do povo Tupi, e o mito da criação do rio do Marajó, lenda contada pelo índio Aruanda. Nos livros premiados "Bicho Folharal", de contos populares, e "Chapéu de Boto", ele escreveu sobre os personagens lendários Mapinguari e Mãe D´água, e também em "Paca, Tatu; Cutia Não!", reuniu poemas infantis com animais da fauna amazônica. "Venho de zona rural, ribeirinha, da comunidade de Cajari, no Afuá, e vim de lá impregnado desse imaginário popular. Não tem como fugir disso."

Já o autor do best seller paraense, "Visagens e Assombrações de Belém", Walcyr Monteiro, apresentou nos muitos livros não apenas as lendas urbanas, mas também pesquisas sobre contos populares e lendas amazônicas coletados em diversa viagens pelo interior paraense.

Ele terá um espaço especial da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes para a exposição das suas obras. O filho dele, Átila Monteiro, que dá continuidade aos projetos deixados pelo pai, se prepara para lançar o livro em forma bilíngue (português e alemão) em uma feira literária na Alemanha, em março de 2020, dando projeção internacional ao folclore amazônico.

Cultura