'Do corpo à água': um dos vários núcleos no Arte Pará
Eixo temático também é inspirado na obra do artista homenageado deste ano, João de Jesus Paes Loureiro
As “Subjetividades e Historiografias: Do corpo à água” é um dos vários núcleos da Exposição “Deslendário Amazônico: 80 anos de Paes Loureiro” do Salão Arte Pará deste ano. Todas as artes expostas possuem relações com os tópicos do corpo e da água nas interpretações e nuances dos artistas a partir da obra do escritor homenageado. Com obras expostas estão Roberto Evangelista, Rafael Bqueer, Matheus Moreira, Daniele Fonseca, Nayara Jinknns, Luciana Magno, Pablo Mufarrej, Armando Sobral, Keyla Sobral e Marcone Moreira. A obra que abre a sala é de Roberto Evangelista, “Matter Dolorosa II – in memorian’ feito em vídeo com um conjunto de ações realizadas com indígenas no lago do Arara, no interior do Amazonas.
Daniele Fonseca mostra a inadequação de um corpo 'súrfico', com sua instalação na qual pintura e pés de pato feitos de gesso repousam sobre escápulas na parede ao lado de personagens que estabelecem rupturas no universo do surf. As obras intituladas “Quem, se eu gritar, me ouvirá entre as ondas do mar?”, “Mas, o que o surf tem haver com política?” e “Pés de ilha flutuante” estão expostas juntas.
A artista revela que ficou muito feliz com o convite feito pelo curador Orlando Maneschy e pela curadora adjunta Keyla Sobral. Ela explica como o homenageado deste ano João de Jesus Paes Loureiro teve uma influência nas suas obras. “Meus trabalhos expostos dialogam com a obra do Paes loureiro no conceito do Dibubuismo criado pelo poeta e professor. São pés de pato esculturas feitos em gesso e aquarelas que representam pessoas ligadas ao meio aquático, como os surfistas”, explica.
A obra “River Phoenix” de Keyla Sobral expõe os contrastes com o neon em que se leem as duas palavras da obra. O nome do artista norte americano e estrela de cinema, River Phoenix é utilizado como jogo de palavras para acionar uma reflexão mais profunda sobre o destino da água e dos rios no tempo presente. “Eu trabalho com a palavra dentro das Artes Visuais, e nesse trabalho eu falo sobre o rio que se renova, sobre esse homem que não se banha no rio duas vezes, porque está em constante mudança também. Bem como, falo do ator dos anos 80 que morreu de overdose, é uma brincadeira com a palavra, que pode ter vários significados. Me aproximo do Paes Loureiro pela poesia, que gosto muito.”
Keyla considera que a influência da poesia de João de Jesus Paes Loureiro foi norteador para a participação no Projeto Arte Pará 2019 como artista e curadora adjunta. “Pudemos juntos construir a exposição ‘Deslendário Amazônico Paes Loureiro 80 anos’, o que foi e está sendo um trabalho de fôlego e de grande importância para mim”, garante.
Agende-se
Salão Arte Pará 2019
Exposição: até 22/12.
Locais: “Deslendário Amazônico” - Museu do Estado do Pará (MEP) - Praça Dom Pedro II, s/n - Cidade Velha.
“As Amazonas do Pará” - Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Avenida José Malcher, 1192 - Nazaré.
Realização: Fundação Romulo Maiorana
Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra.
Colaboração: SOL Tecnologia e O Liberal na Escola.