DIa Mundial do Teatro é celebrado com programação virtual no Facebook

Carlos Drummond de Andrade disse certa vez que “ir ao teatro é como ir à vida sem nos comprometer” e, nesses tempos incertos em que precisamos mais do que nunca celebrar o ato de viver, a arte cênica é celebrada com o Dia Mundial do Teatro, comemorado neste sábado, 27. Como parte das homenagens à data, a Federação de Arte Cênica Estadual (Faces) realiza mais uma edição do projeto “Live Teatral”, com quatro espetáculos transmitidos online de várias regiões do Pará.

O ator e diretor Fernando Rassy é quem dirige o projeto que celebra o Dia do Teatro, que pela segunda vez, por conta da pandemia do coronavírus, será realizado em ambiente virtual. Exibido no perfil virtual de Fernando (facebook.com/fernando.rassy), a programação começa às 20h, com o espetáculo “O Aniversário do Palhaço”, encenado em Belém. Em seguida, será a vez de “Jurubeba Raimunda e João Porco”, transmitido direto de São Sebastião da Boa Vista, no Arquipélago do Marajó. A terceira apresentação da noite é “Pó da Sedução”, de Oeiras do Pará, nordeste do Estado. E por fim, a festa se encerra com “Maria Negra”, espetáculo de Marabá, sudeste paraense. 

“A ideia é que cada um esteja em seu município”, explica Rassy, que conta que enxerga várias vantagens em trazer sua arte para a internet. “No online nós estamos tendo muito sucesso porque alcançamos muita gente, muito mais do que dentro de um teatro. Nós temos amigos nossos que moram na Alemanha, em Portugal, que ficam assistindo de lá, e mais brasileiros na Europa também acompanham. A gente tem uma amplitude muito maior com os próprios paraenses que moram no Rio, em São Paulo, por exemplo. Se tivesse dentro de um teatro, só ia alcançar aquelas pessoas mesmo ali”, conta o artista.

Rassy diz que além da dramaturgia, ele teve que emprestar alguns elementos de outro ofício seu, o cinema, para produzir as transmissões dos espetáculos. Mesmo que os resultados estejam sendo positivos e na internet seja possível alcançar um público muito mais diverso, ele reforça que a intimidade e o calor de uma plateia é do que ele mais sente saudades.

“A energia do público é incomparável, não tem como substituir. E na comédia e no infantil, você não ter a criança ali para dar a resposta na hora exige uma concentração dobrada,  para calcular que tá dando certo, que é por ali o caminho. O público é tudo que é o teatro, mas, como estamos nessa situação, a gente não vai parar de fazer. Estamos nos reinventando. Não pode passar em branco essa data, que é de luta, uma data de conquistas”, enfatiza, contando que acredita muito no poder curativo da arte como alento em um período difícil.

“Pode ver que, na hora de uma pandemia dessas, pra onde as pessoas correram para não enlouquecer foi na cultura, no teatro, dança, música, com as lives que foram feitas. Eu acho que mesmo depois da pandemia, nós vamos continuar, pois é mais uma maneira de fazer nosso trabalho. Eu acredito que é isso, a gente sempre tem que procurar o lado positivo para poder respirar”, projeta Fernando Rassy, feliz com a oportunidade de poder celebrar sua arte em meio ao caos.