Dia Internacional da Dança é lembrado por artistas paraenses
Superação, lazer, esporte e prazer são algumas das definições da dança para Grasielle Sales e Rolon Ho, campeões dessa arte a nível nacional
No Dia Internacional da Dança, celebrado nesta segunda-feira, 29, a dançarina paraense Grasielle Sales, vem mostrar a universalidade desse gênero artístico, que ela voltou a praticar após ter tido a locomoção prejudicada pelo avanço da esclerose lateral amiotrófica (ELA), há três anos. Como cadeirante, ela venceu duas vezes o Campeonato Brasileiro de Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, em 2017 e 2018, num exemplo de superação. "Trouxe um aprendizado grande pra mim (a dança), não apenas de vivência de dança, mas de vida", afirma.
"Eu pratiquei dança moderna por dez anos. Depois de me tornar cadeirante, há três anos, voltei a praticar com o grupo de dança Do Nosso Jeito, que conta com dançarinos cadeirantes e não cadeirantes, também chamados de 'andantes'", explica Grasielle, que é fisioterapeuta e empresária, mas adota a dança como lazer.
Em 2017, ela venceu o campeonato nas categorias solo e em duo com o andante Leonel Arthur, em João pessoa. E, em 2018, repetiu o feito na apreentação solo e também foi campeã no duo com o cadeirante Valter Mendes, em Aracaju.
"Dançamos cúmbia, samba, jive... A dança é um lazer que eu adoro! Sempre gostei de dançar forró, brega... É uma arte que independe das pernas. A gente dança com a alma", descreve.
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Já o professor de dança Rolon Ho venceu em 2016 como Casa de Ouro junto com Thaís Sousa, no Gafieira Brasil, o maior concurso de dança de salão do país que acontece no Rio de Janreiro, e venceu como melhor técnico no mesmo evento, em 2017. Além de elevar o nome da dança do Pará para o nível nacional, ele também investe em ações sociais para a divulgação da dança de salão por meio da academia e do grupo de dança Cabanos.
Uma vez por mês, o grupo Cabanos realiza aulas de dança de salão abertas ao público no Espaço São José Liberto por meio do projeto "No passo da dança". "Em cada aula ensinamos um ritmo diferente. É uma oportunidade para quem não conhece samba, forró, brega, zook, bolero, bachata e outros ritmos." As próximas aulas acontecerão nos dias 18 de maio e 22 de junho, sempre a partir das 15 horas.
Outro projeto social do Cabanos são as mini aulas e apresentações em escolas públicas. O objetivo é despertar o interesse pela dança nos alunos, além de identificar talentos para a distribuição de bolsas de ensino na academia.
"A dança representa muito mais que passos, é a minha profissão. E através dela tenho o prazer de ajudar a transformar a vida das pessoas. Depois de algum tempo de aulas, os alunos relatam que a dança trouxe benefícios físicos e mentais, mais qualidade de vida. Tem gente que procura a dança para emagrecer, para ter melhor condicionamento físico e até para superar a depressão", revela.
O Dia Internacional da Dança foi instituído pelo Conselho Internacional da Dança da Unesco, em 1982.