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Dia do escritor: periferia de Belém traz representatividade e vivências de obras publicadas

Os livros levam ao público auto reconhecimento ao território que vivem e usam da literatura como instrumento de autoestima para a população

Amanda Martins

No próximo dia 25 de julho é celebrado o Dia do Escritor, uma data que homenageia aqueles que têm o dom de dar vida às palavras e compartilhar histórias que inspiram, emocionam e transformam vidas. Na Grande Belém, há vários autores que se dedicam a retratar as realidades e vivências das periferias da cidade, trazendo à tona narrações muitas vezes invisibilizadas e oferecendo uma perspectiva sobre a vida nas comunidades locais.


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Nas obras, Preto Michael também busca trazer o auto reconhecimento dos moradores para que possam se sentir pertencentes ao território onde moram, usando a literatura periférica como um instrumento de autoestima para a população. 

“Mesmo com os desafios encontrados, eu me sinto muito bem, escrevendo histórias de personagens que me inspiram, assim me vejo nessas narrativas e também mostrando para as pessoas que a periferia não tem só coisas ruins, existe um lugar sagrado e é lindo para se viver”, afirmou. 

Além de proporcionar uma representação autêntica e positiva das periferias, o escritor também tem servido de inspiração para novos talentos emergirem, além de ser um democratizador da leitura com o projeto “Escambo Literário”, que existe há seis anos.

Nele, o autor e os voluntários incentivam os alunos de escolas públicas da capital paraense,  a estarem mais próximos dos livros, praticar a escrita, por meio de atividades lúdicas com temas importantes e que estão próximos à realidade deles. Também são feitas oficinas de produção de texto e escrita de histórias.  

“Eu me sinto realizado como pessoa, militante e agente literário, quando vejo resultado na vida de alguns alunos dessas escolas que participaram. Alguns perderam o medo de produzir seus textos, outros com o incentivo criaram asas e agora estão voando livre”, acrescentou. 

Incentivos

Além de Preto Michael, outros talentosos autores periféricos têm se destacado no cenário literário da capital.   O escritor e pedagogo Rafael Fernando da Luz é  um deles. Trazendo para as páginas as narrativas que retratam seus sentimentos e a experiência de quem estudou em uma escola pública, ele consegue fazer uma abordagem profunda e conectada à realidade que o cerca. E passa todas as experiências aos alunos. 

“Eu sinto que essa é a maior responsabilidade, porque demarcar questões que envolvem ração, social e educativo, estando na periferia, não precisa ser pautada apenas na entender. As pessoas podem se despertar com a escrita e perceber a minha experiência de vida de forma responsável e acessível, sem o olhar de indenização, mas entendendo que a periferia é um espaço essencial no centro urbano”, afirmou.

Defensor do acesso à leitura, Rafael diz que a literatura só consegue ter o poder de “mudar” a sociedade, por meio das crianças e adolescentes,  quando é construída juntamente com outras pessoas, ou seja, pensada de forma coletiva. 

“É preciso pensar em um contexto como todo, por meio da arte, educação, acesso aos livros, sensibilização da leitura e do letramento. Acredito que só assim ela possa se transformar”, finalizou.

 

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