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Críticos paraenses comentam lista dos indicados ao Oscar 2022

Nesta terça-feira (8), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou a lista

Bruna Lima

Que comecem as maratonas. Nesta terça-feira (8), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou a lista com os indicados para o Oscar de 2022.  Quem quiser ficar atualizado com as produções divulgadas, pode conferir os filmes nos cinemas e nas plataformas de streamings. A cerimônia da premiação será dia 27 de março.

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A paraense Lorena Montenegro, que é crítica de cinema e roteirista, diz que em sua concepção uma surpresa nas indicações foi o documentário "Onde Moro". Documentário da Netflix dirigido pelo carioca Pedro Kos ao lado de Jon Shenk. A produção que estreou sem grandes burburinhos, no ano passado, fala da vida de moradores de rua, em Los Angeles. “Foi surpreendente porque não vimos muitos comentários”, comentou Lorena.

No geral, Lorena diz que a premiação apresentou ótimas surpresas. A crítica fez questão de pontuar sobre o longa “Flee”, que para Lorena é muito mais que uma animação. “É um documentário que usa um recurso de ficção para contar a história. É um filme dinamarquês. Filme incrível e indicado em três categorias. Uma história sensível sobre um refugiado afegão”

Para o favorito da premiação, Lorena aposta em “Ataque dos Cães” e para melhor direção Jane Campion, que volta a concorrer ao prêmio. “Está na hora de ganhar o Oscar de melhor direção, que escapou dela em 1994, quando foi indicada”, destaca a roteirista paraense.

Um fato surpreendente para Lorena foi Almodóvar não ter conseguido indicação pelo filme “Mães Paralelas”. Mas a bomba do Oscar deste ano, na avaliação de Montenegro, foi a ausência de Lady Gaga na categoria de melhor atriz pelo filme “Casa Gucci”, em que deu vida a Patrizia Reggiani.

Para Marco Moreira, crítico de cinema, esse ano o prêmio não apresentou surpresa nos indicados ao melhor filme. “Talvez o filme "CODA - No Ritmo do Coração" seja a indicação que era menos previsível, para o crítico.

Uma questão interessante apontada nessa lista é sobre a atriz Kristen Stewart, que um dia já foi criticada pela atuação em Crepúsculo, mas agora foi indicada como melhor atriz. Marco Antônio explica que Stewart tem evoluído como atriz e tem apresentado boas atuações em seus últimos filmes, especialmente por Spencer. “A crítica americana gostou muito de sua interpretação neste filme e desde seu lançamento nos EUA e Europa tem sido evidenciada sua participação. Ela está muito bem em Spencer. Mereceu a indicação.”, pontua.

Com relação a pautas inclusivas, já que Troy Kotsur é o primeiro ator surdo a concorrer ao prêmio, o crítico diz que todas as premiações de cinema nos últimos anos têm se preocupado com a questão da diversidade e inclusão. São temas importantes que merecem atenção e o histórico do Oscar é questionável sobre esses temas. “Entendo que é uma boa iniciativa incluir temas como diversidade e inclusão nas indicações e, especialmente, nas premiações”, completa Moreira.

Esse ano não teve nenhum filme brasileiro indicado ao prêmio e para Marco Antônio essa realidade não é novidade. “O cinema brasileiro é pouco lembrado para as indicações ao Oscar há muito tempo”, diz. Para o crítico, além dos problemas com os incentivos no audiovisual nacional que complicam a produção, é preciso lembrar que outros países têm investido alto em produções de filmes e, muitas vezes, isso faz diferença nas campanhas de marketing e estreias de filmes nos EUA.

“O Oscar é um prêmio de mercado e muitas vezes, são escolhidos filmes com maior competitividade mercadológica. Mas, em breve, espero, o cinema nacional terá mais incentivos para estar em condição mais apropriada de estar presente no Oscar e festivais de cinema”, reflete Moreira.

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