MENU

BUSCA

Cortejo Visagento: 5ª edição mantém tradição de exaltar e celebrar lendas urbanas da região

O evento ocorreu na noite de quarta-feira, 31, com saída do Cemitério de Santa Izabel e reuniu mais famílias, crianças e adultos

Amanda Martins

O dia 31 de outubro ficou marcado pela celebração da 5ª edição do Cortejo Visagento pelas ruas do bairro do Guamá, em Belém. Este ano, o evento, que passou a ganhar um espaço no calendário cultural da cidade, atraiu participantes diversos que se fantasiaram de lendas urbanas, entidades misteriosas e personagens de terror já conhecidos. A concentração para o cortejo iniciou às 18h no Cemitério Santa Izabel, onde os espectadores partiram em direção ao Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), responsável pela organização. 

VEJA MAIS

A cada ano o percurso do Cortejo Visagento é feito de uma forma diferente às edições anteriores. Neste, ele saiu do Cemitério Santa Izabel, dobrou a rua Paes de Souza, e em seguida, entrou na Travessa 14 de Abril, Rua Silva Castro, Avenida José Bonifácio, até a Travessa Barão do Triunfo, finalizando na Praça Benedito Monteiro. Essa mudança de trajeto proporciona uma nova perspectiva para o evento e oferece aos participantes a oportunidade de explorar diferentes partes da cidade enquanto se divertem.

Victor Ramos, secretário do Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB) e um dos coordenadores do Cortejo, falou sobre a evolução do evento ao longo dos anos. Ele destacou o crescimento no número de participantes, observando que "pessoas que vieram no ano passado já trouxeram para esse ano mais outras pessoas, e sempre tem alguém novo". 

Além disso, ele explicou que o objetivo não é desrespeitar o Cemitério Santa Izabel, onde o cortejo tem início, mas sim mostrar que este local histórico faz parte das lendas urbanas da região.

"A gente percebe como está abandonado pelo Governo, Município, o momento que a gente traz o Cortejo para cá é como mostrar que esse lugar ainda existe e continua permeando todas as lendas urbanas que já conhecemos”, acrescentou Victor.

Ramos também abordou o simbolismo por trás da escolha do cemitério como ponto de partida do cortejo: "Falar de visagem e assombração, a primeira coisa que vem na tua cabeça é cemitério, nós juntamos de uma forma de brincadeira, para desmistificar essa ideia que cemitério é algo macabro ou sujo, essa é a ideia da gente trazer para cá."

Caracterizado como Ryuk, personagem de anime que se transforma em um demônio, Rafael Costa, um farmacêutico de 29 anos, se aventurou na criação de sua própria fantasia para participar do segundo ano de cortejo. 

“Eu gosto desse período de Halloween e também dos mistérios da região amazônica, com as lendas urbanas. Antes de chegar, a minha maior expectativa era como as pessoas iam me reconhecer, porque é uma fantasia muito curiosa. Quis sair do comum, e as pessoas também ficam intrigadas com ela”, afirmou o farmacêutico. 

Katulo Gutierez, um arte-educador de 49 anos, participou da programação cultural vestido como o Espírito da Floresta na Beira dos Rios. Segundo ele, sua intenção era expressar uma mensagem importante por meio de sua fantasia. 

“Hoje a natureza clama por preservação, pelas pessoas que estão sofrendo por falta de água e nossa Amazônia. Eu venho com esse personagem como uma reflexão para as pessoas preservarem mais nossa Amazônia e a natureza”, acrescentou. 

A programação gratuita e aberta ao público atraiu várias famílias. Uma delas foi a de Edilan de Almeida, que veio prestigiar o Cortejo acompanhado da esposa Brenda e dos seus três filhos. Ele afirmou que estava com suas primeiras impressões muito positivas. "É a primeira vez que estamos aqui, eu li no jornal e quis conhecer. Achei bem interessante a proposta e acho que temos que valorizar o que é nosso”, declarou.

 

Cultura