Cordões de pássaros e bichos do Pará iniciam preparativos para retornar ao palco do Theatro da Paz

O primeiro encontro dos grupos ocorrerá no dia 23 de março para decidir os preparativos para o festival. Já o evento em si, está previsto para maio deste ano

Amanda Martins
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Os cordões de pássaros e bichos do Pará, folguedo tipicamente regional apresentado durante os festejos juninos, estão voltando às atividades após sete anos afastados, agravados pela pandemia da Covid-19. Para comemorar a retomada, os 25 grupos vão se reunir no próximo sábado, 23, às 9h, no Espaço Cultural Pássaro Colibri, no Distrito de Outeiro, em Belém, para acertar os detalhes das apresentações do III Festival de Pássaros e Bichos do Pará, que ocorrerá em maio, no Theatro da Paz.

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Após a conversa, os guardiões/ guardiãs - como são chamados os representantes de cada grupo -, com suas fantasias e indumentárias, farão um ensaio fotográfico na Praia do Amor e Praia Grande. Os registros serão utilizados em um livreto, que em breve será transformado em um memorial contando a história dos grupos folclóricos paraenses.  São esperados para o encontro grupos de vários bairros e distritos de Belém, como também grupos de outros municípios, como Parauapebas, Canaã dos Carajás e Salinópolis.

image Os cordões de pássaros e bichos do Pará, folguedo tipicamente regional apresentado durante os festejos juninos, estão voltando às atividades após sete anos afastados, agravados pela pandemia da Covid-19 (Divulgação)

Laurene Ataíde, coordenadora do festival e diretora do Projeto Cultural Colibri de Outeiro, afirmou que as atividades preparatórias estão em pleno favor. Entusiasmada, ela compartilhou detalhes sobre os bastidores do evento. "Estamos trabalhando duro para garantir que tudo saia conforme planejado. Cada um dos 25 grupos receberá um apoio financeira de R$ 20 mil em materiais, que serão adquiridos conforme nossa programação. Além disso, eles receberão instrumentos musicais para revitalizar seus grupos e se preparar para as apresentações", adiantou.

Segundo Ataíde, o encontro de sábado é uma oportunidade para que os guardiões de pássaros e bichos troquem informações sobre o grande dia da apresentação.

"Vamos nos reunir para discutir o que acontecerá no dia da apresentação e, é claro, confraternizar. Vamos recebê-los com café da manhã, almoço e lanche, além de realizar um ensaio fotográfico", explicou, acrescentando que os registros que serão feitos é uma forma de dar maior visibilidade aos grupos folclóricos. 

Retorno do festival

A manifestação cultural retorna ainda este semestre ao Theatro da Paz com a missão de manter viva a tradição dos brincantes de pássaros juninos. Uma das maiores missões do festival a levar os encantos dos bichos amazônicos para novos públicos, difundido a história dos vários grupos espalhados pelo Estado, como pontuou Laurene. 

Sobre as expectativas para o evento, a coordenadora compartilha a emoção de retornar ao palco do teatro. "Estamos eufóricos com a realização deste evento.  Fazer o festival no Theatro da Paz, que deu origem ao Pássaro Junino, é uma honra e um reconhecimento da importância cultural dos nossos grupos. Com o apoio cultural, passamos a ter visibilidade e a mostrar a cultura de raiz do nosso povo", declarou Ataíde. 

Com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, o festival promete dar ainda mais reconhecimento aos grupos. "Estamos muito agradecidos por esta oportunidade de mostrar nossa cultura ao mundo", conclui Laurene.

O festival contará com a participação de aproximadamente 1.200 brincantes de diversos municípios paraenses e prestará homenagem à mestra guardiã Gilda Amador, falecida em 2019. Ela coordenava o Cordão de Pássaros Tem-Tem e foi pesquisadora do Cordão Borboleta Azul.

A guardiã do Tem-Tem de Curuçá, Ayrles Macedo, se diz duplamente feliz por voltar se apresentar com o grupo; primeiro, porque a avó será a homenageada; e segundo, por levar a cultura para crianças e adultos que não tinham contato com o cordão de pássaro. "É muito bacana ver a curiosidade deles, de quererem entender como funciona. E também pela minha avó, isso me traz uma gratidão imensa pela mestre que ela foi. Estou realizada com esse momento", declarou. 

image O festival prestará homenagem à mestra guardiã Gilda Amador, falecida em 2019. Ela coordenava o Cordão de Pássaros Tem-Tem e foi pesquisadora do Cordão Borboleta Azul. (Arquivo pessoal)

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