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Coisa Preta no topo: festa que celebra cultura negra completa 5 anos em Belém

Edição comemorativa terá DJs residentes junto a convidadas Baby Prince$$ e Sanira

Lucas Costa

O Baile Coisa Preta comemora cinco anos de noites marcadas pela representatividade em Belém. Esse tempo de atividade será celebrado na edição de número 50 da festa, neste sábado (9), no Valhalla Tavern (Tv. Benjamin Constant - 1329), com início às 20h. O evento é proibido para menores de 18 anos, e os ingressos serão vendidos no local a partir de R$ 15.

A edição comemorativa conta com duas convidadas especiais no line-up de DJs: Baby Prince$$, persona “djéia” da rapper Nic Dias; e a DJ Sanira, da Noite das Safadas. A festa terá ainda o time de DJs residentes Coisa Preta: Mnk, Lucs Lima, Jon Jon e The Black, que prometem muitas surpresas para o público.

Jon Jon, um dos produtores e DJs do Coisa Preta, adianta que o público vai ouvir uma “história de música negra”, isso tudo passeando por estilos diferentes que também marcam a identidade de cada DJ. “Vai tocar desde o passado do groove, até as músicas da atualidade, funk, brega funk, rap, grime, drill”, promete.

O Baile Coisa Preta surgiu na capital paraense em 2017, partindo de uma necessidade em promover bailes com temáticas e sonoridades de origem negra, periférica, gêneros como rap, soul, R&B, samba, reggae e outros; tudo isso aliado a uma linguagem contemporânea, alinhada também à luta antirracista, e o empoderamento feminino e LGBTQIA+.

Jon Jon, um dos idealizadores do Coisa Preta, conta que a festa surge de uma necessidade de criar um espaço de acolhimento, dentro de uma cena formada por festas majoritariamente brancas, ou direcionadas à elas.

Festa propõe espaço de acolhimento para pessoas pretas e pardas

“Coisa Preta nasceu dessa necessidade de pessoas negras se sentirem bem, pessoas negras terem algo pra falar: ‘essa festa é nossa, isso aqui é algo feito pra gente’. Claro, todo mundo é bem-vindo no Coisa Preta, o importante é as pessoas perceberem que existe uma festa em Belém que prioriza artistas negros, e que dá protagonismo e voz para as pessoas negras”, explica Jon Jon.

Cinco anos depois, Jon Jon diz que só foi possível chegar até aqui com o trabalho coletivo, ao lado dos DJs residentes, que também são produtores da festa. “Foram tantas dificuldades, mas nunca abandonaram o barco, nunca abandonaram o coletivo, nunca nunca desistiram; e também de várias pessoas que abriram caminho para nós, deram conselhos, deram apoio e também patrocínio”, agradece.

“Eu me sinto muito grato. Nunca imaginei que eu faria algo tão importante assim para Belém, trazendo esse baile de representatividade negra que é reconhecido por outros bailes de outros estados. O Artur Santoro, da Batekoo, reconhece o Coisa Preta, e isso é algo muito importante para mim”, celebra Jon Jon.

Ao criar um espaço onde o principal objetivo é a diversão, onde pessoas pretas e pardas possam se sentir pertencentes e também celebradas, o objetivo do Coisa Preta é ir ainda mais longe.

“Tem várias pessoas de outras gerações que olham e falam: ‘caramba, existe um baile preto em Belém, existe um local em que eu me sinto em casa’. É isso que é gratificante para mim, criar um espaço para pessoas negras, e com esses cinco anos eu me sinto realizado”, descreve Jon Jon.

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