Longas com produção de 8 nacionalidades disputam a estatueta de Melhor Filme em Língua Estrangeira

Independente da língua, uma linguagem é capaz de contar diferentes histórias emocionantes para todo o mundo: o cinema. A sétima arte pode tocar as pessoas de várias formas. Com a aproximação do prêmio mais popular da indústria cinematográfica mundial - o Oscar - no próximo domingo, dia 24, determinados filmes antes restritos aos cinéfilos começam a ser procurados pelo grande público.

Uma das categorias que sempre traz boas indicações com qualidade indiscutível é a categoria de "Melhor Filme em Língua Estrangeira". Como nos anos anteriores, os cinco filmes que concorrem na categoria são considerados grandes obras. Neste ano concorrem ao prêmio da academia americana de cinema "Cafarnaum", "Guerra Fria", "Não deixe de lembrar", "Assunto de família" e a maior aposta "Roma".

Para o crítico paraense de cinema Marco Antônio Moreira, esta é uma das categorias mais fortes do Oscar todos os anos. "A gente pode falar que a categoria de melhor filme estrangeiro é a melhor categoria do Oscar. Sabemos que o Oscar é um prêmio americano e não do cinema mundial, e muitas vezes são infelizes nas indicações de filmes, mas isso raramente aconteceu nos melhores filmes estrangeiros. Raramente os filmes indicados nesta categoria são ruins, a média é altíssima, esta é a categoria mais interessante para mim", comenta.

As simples indicações em melhores filmes em língua estrangeira abre uma grande oportunidade para que as películas sejam conhecidas fora dos seus respectivos países. "Abre uma janela para o cinema mundial. Tem um acesso muito grande das pessoas por ser o prêmio mais popular do cinema. É bacana porque na pior das hipóteses as pessoas vão se interessar e conhecer estes filmes", indica Marco Antônio.

Um franco favorito no Oscar 2019 é "Roma" do diretor mexicano Alfonso Cuarón. Além de concorrer entre os estrangeiros, o filme foi indicado em outas dez categorias incluindo algumas importantes como "Melhor filme", "Melhor direção", "Melhor atriz", "Melhor atriz coadjuvante" e "Melhor roteiro original".

O longa de Cuarón venceu inúmeras premiações ao redor do mundo como o BAFTA - o maior prêmio da Inglaterra - em melhor filme estrangeiro e melhor direção, ganhou ainda como melhor filme do 75º Festival de Cinema de Veneza, e vencedor de quatro prêmios do Critics Choice.

"Provavelmente, 'Roma' ganhará o melhor filme estrangeiro e melhor filme também e pelo belo trabalho do Alfonso Cuarón. Depois vem 'Guerra Fria' e o 'Assunto de Família' que tivemos oportunidade de ver no Cine Líbero Luxardo, de um diretor japonês que nunca fez filme um filme ruim", destaca Marco. Outros filmes que correm por fora, mas com poucas apostas são o libanês/francês "Cafarnaum" e o alemão "Não Deixe de Lembrar".

Conheça os demais indicados a "Melhor Filme em língua estrangeira" no Oscar

"Guerra Fria" - Diretor Pawel Pawlikowski - (Polônia, Reino Unido e França) - O filme em preto e branco foi vencedor de Melhor Direção do 75º Festival de Cannes se passa durante a Guerra Fria entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 50, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível.

"Cafarnaum" - Diretor Nadine Labaki - Líbano e França - Um filme tocante bem recebido pela crítica. "Cafarnaum" venceu  o Festivel e Cinema de Melbourne, Sarajevo, Mill Valley, Miami Gems, San Sebastián e Calgary. A história o menino de doze anos Zain (Zain Al Rafeea) que carrega uma série de responsabilidades. Zain cuida dos irmãos no cortiço em que vive junto com os pais, que estão sempre ausentes graças ao trabalho em uma marcearia. Quando a irmã de onze anos é forçada a se casar com um homem mais velho, o menino se revolta e decide deixar a família. Zain passa a viver nas ruas junto aos refugiados e outras crianças que, diferentemente dele, não chegaram lá por conta própria.

"Nunca Deixe de Lembrar" - Diretor Florian Henckel von Donnersmarck - Alemanha - Kurt Barnert (Tom Schilling) é um artista alemão que conseguiu escapar da Alemanha Oriental. Agora, ele vive seus dias na Alemanha Ocidental, mas ainda assim é atormentado pelos traumas da sua infância sob o regime dos nazistas e da República Democrata Alemã (RDA).