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Morre o carnavalesco Dominguinhos do Estácio, aos 79 anos

Ele estava internado desde o dia 11 de maio e teve uma hemorragia cerebral

Redação Integrada, com informações do G1

O compositor e intérprete de samba-enredo, Dominguinhos do Estácio, morreu, na noite de domingo (30), aos 79 anos. Ele estava internado desde o dia 11 de maio e teve uma hemorragia cerebral. No último dia 20, o carnavalesco precisou ser intubado. Dominguinhos deixa cinco filhos. Ainda não há informações sobre o enterro.

O sobrenome, Estácio, vem do bairro onde Dominguinhos morou, na Região Central do Rio.

Dominguinhos começou a carreira na década de 1960, na Unidos de São Carlos, que mais tarde passou a se chamar Estácio de Sá. Pela Imperatriz Leopoldinense, o artista foi campeão do carnaval carioca em duas ocasiões: em 1981, com "Só dá Lalá", e em 1989 com "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós". Ele levantou a taça de campeão do carnaval cinco vezes.

Em 2020, ele sofreu um infarto depois do desfile da Viradouro e foi do Sambódromo direto para o hospital. Além da agremiação de Niterói, ele também teve passagem pela Grande Rio.

Para o presidente de honra da escola de samba ‘Rancho Não Posso Me Amofiná”, Jango Vidal, a partida de Dominguinhos pode ser resumida em saudades. “Meu amigo há 45 anos, que saudades vou ficar daquele grito de guerra ‘Alô Belém, alô Rancho’. Ele defendeu o Rancho por quase dez anos no final dos anos 70. Meu amigo casou em Belém, na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Ainda recebeu o título de cidadão paraense da Câmara Municipal de Belém  e muitas outras homenagens pelos relevantes serviços prestados à cultura paraense. Quero que ele possa descansar em paz”, destacou o carnavalesco.

Vidal ressalta ainda que todos os anos, Dominguinhos participava como convidado especial dos festejos do Auto do Círio, de Nossa Senhora de Nazaré. Além das tradicionais romarias fluviais do rancho. “Em 2014, ele defendeu na Aldeia Cabana o Rancho no centenário do Glorioso Paysandu e ganhamos o título de tri campeão do carnaval”, relembra.

A cantora paraense, Mariza Black, que há 17 anos vive uma ligação íntima com o carnaval, também destacou a importância de Dominguinhos para a cultura paraense. Mariza é uma das poucas mulheres que canta tanto o samba raiz, quanto o samba de avenida. “Dominguinhos é praticamente um cidadão belenense, já foi homenageado pela Câmara Municipal de Belém inclusive. Falar sobre ele é falar sobre um dos grandes ícones nacionais do samba-enredo. Eu tive a oportunidade de dividir o palco com ele no Auto do Círio, que ele vinha todos os anos participar. Ele tem um pé dentro do Pará, uma história de amor. Ficamos todos muito sentidos com a passagem dele, afinal é uma grande referência para nós, um grande querido” destaca.

O compositor Neno Freitas, caracteriza o Dominguinhos como um “ranchista” declarado. “A partida do Dominguinhos do nosso plano não só deixa o samba nacional de luto, como principalmente o samba paraense. Defendeu nosso ‘Racho Não Posso Me Amofiná’ com unhas e dentes e ainda compôs vários sambas para nossa escola. Sempre demonstrou sua paixão, não só a nível de carnaval como com a cultura do Pará. Era um fervoroso devoto de Nossa Senhora de Nazaré e casou na Basílica. Ele era completamente apaixonado por Belém” afirma.

Neno relembra ainda um momento marcante em sua história com Dominguinhos, quando em 2012 participou de uma finalíssima com a escola Imperatriz Leopoldinense e contou com uma torcida organizada pelo próprio Dominguinhos. “É com muita tristeza essa despedida, porém sabemos que o céu estará em festa com a chegada desse nobre sambista. Valeu meu amigo, por tudo o que você representa para nós, para o samba, para o ‘Rancho Não Posso Me Amofiná’ e para o Brasil. Você sempre será o imortal do samba”, finalizou.

Outro grande representante do samba paraense na atualidade, o cantor e compositor Arthur Espíndola, também ressalta da tristeza dessa perda para a cultura musical. “Estávamos todos esperançosos pela melhora do Dominguinhos, em corrente de oração todos os dias. Fiquei consternado com essa notícia. Esse ícone sempre terá o nome dele bem guardado no samba brasileiro, assim como a forte ligação com o carnaval de Belém. Já tive a oportunidade de cantar algumas vezes com ele e sempre esbanjou generosidade. Era uma pessoa carinhosa, sempre com alguma palavra de incentivo. Ele vai fazer muita falta”, lamenta o cantor.  

 

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