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Belém recebe exposição com trabalhos de artistas paulistas

Mostra "4.2 Décio Soncini e Francisco Gonzalez" será aberta nesta quinta, 16, na galeria de arte do Mabeu

Bruna Lima

Os artistas plásticos Décio Soncini e Francisco Gonzalez já estiveram em Belém algumas vezes, mas no momento retornam para celebrar os 42 anos de amizade da forma que mais gostam, mostrando suas artes. A exposição "4.2 Décio Soncini e Francisco Gonzalez" abre nesta quinta-feira, 16, às 19h, Museu de Arte Brasil Estados Unidos (Mabeu). A entrada é gratuita e a mostra pode ser visitada de segunda a sexta, de 14 às 19h, e aos sábados, de 9 às 13h.

A exposição comemora mais de quatro décadas de uma relação de amizade, mas também de trabalho entre os dois artistas paulistanos, que também aproveitam o momento para dedicar à memória do artista Charbel. A curadoria é de Enock Sacramento.

Os artistas se consideram pintores figurativos e apaixonados pela cor e rigor técnico. Na visão de Décio, o trabalho do Gonzalez tem um viés mais voltado para o fantástico, "o meu tem um caráter mais expressionista", pontua.  Ele diz também que tem como técnica principal a pintura acrílica sobre tela. E a técnica preferida na gravura é metal, normalmente usada com água-forte e água-tinta.

O curador Enock Sacramento apresenta a exposição como um trabalho de dois artistas que possuem em comum o gosto acentuado pelo trabalho limpo e construído. "Enquanto Gonzalez se encaminha para composições rigorosamente organizadas em suas formas e planos, Décio parece atraído em direção a um expressionismo fantástico" coloca o curador.

Ainda de acordo com o olhar de Enock, Francisco Gonzalez permanece fiel a seu vocabulário, à sua sintaxe e a seu virtuosismo técnico. "Não é um arrivista preocupado com a moda, mas um artista consciente, que desenvolveu sua linguagem plástica e permanece fiel a ela, enriquecendo-a com uma certa modulação decorrente da maturidade". 

Mais inquieto, Décio Soncini passou por algumas mudanças desde quando começou, nos anos 70. A paisagem e a natureza morta que o atraíram em um primeiro momento, foram substituídas por figuras humanas misteriosas, ambíguas, em ambientes imprecisos, carregadas de potência expressiva.

A história de amizade entre os artistas resultou em frutos, como o Grupo Guaianazes, cujos membros se reuniam, pelo menos uma vez por semana, no ateliê de Antônio Victor (artista amigo da dupla), para discutir questões relacionadas com a arte, trocar opiniões sobre seus trabalhos e a se ajudarem mutuamente na conquista de um espaço no sistema de arte de São Paulo.

"É uma exposição na qual eu e meu amigo Gonzalez comemoramos 42 anos de amizade e colaboração em várias exposições, minhas, dele e coletivas, quer nos auxiliando na montagem, elaboração de projetos, enfim, quase tudo que envolve a logística de produção e montagem de uma exposição.  Que precisa ser vista e sentida, pois nossa linguagem é essencialmente visual", coloca Délcio.

Eles percebem que nessa trajetória de mais de 40 anos de amizade e trabalho a certeza que eles têm é que estão mais experientes e teimosos. "Não é fácil ser artista em um país onde arte e cultura em geral é tratada de forma tão displicente e leviana", completou Décio.

Agende-se:

"4.2 Décio Soncini e Francisco Gonzalez"
Abertura: quinta-feira, 16, às 19h
Local: Galeria de Arte do Mabeu-CCBEU
Entrada Franca
Visitas: de segunda a sexta de 14 às 19h e sábado de 9h às 13h.

Cultura