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Thelma Assis, vencedora do BBB 20, fala da realização na comunicação e do sonho de ser mãe

Em entrevista exclusiva a O Liberal, a médica paulista revela sua paixão pela medicina e a importância de representatividade na TV

Sonia Ferro / Lucas Costa

Médica anestesista, bailarina profissional, comunicadora e influenciadora digital. Assim se define Thelma Assis, a vencedora do Big Brother 2020. Thelminha, como era chamada no programa, participou da edição que foi um divisor de águas no reality global. Em 2020, pela primeira vez, houve a divisão entre pipoca (participantes desconhecidos) e camarote (personalidades e influenciadores) e em meio à pandemia da covid-19, o reality teve uma visibilidade ainda maior, ultrapassando as barreiras da televisão, invadindo em definitivo a internet. Entre atores conhecidos e influenciadores com milhões de seguidores, foi a anestesista preta, que teve posicionamentos firmes sobre racismo, feminismo e representatividade no reality que levou o prêmio para casa. Hoje, é um nome forte no mercado publicitário e colaboradora médica fixa no elenco do programa “Bem Estar’, da rede Globo.

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Carnaval já era algo muito forte em sua vida antes mesmo do ‘BBB’, e esse ano você pôde brilhar em São Paulo e no Rio. Você parece ter conquistado muitos sonhos desde o reality, mas tem algum ainda nos planos do futuro?

Sim! O Carnaval deste ano, com certeza, estará marcado na minha vida! Tive a oportunidade de estrear no carnaval carioca como musa da São Clemente, e representar novamente a Mocidade em São Paulo, onde já desfilo há mais 15 anos. Desta vez, estive na avenida como destaque da comissão de frente. Foi, de fato, um momento muito especial para mim. Um dos meus maiores sonhos com certeza é continuar tocando positivamente as pessoas, tanto como médica, como levando informação e dando voz a causas sociais através da comunicação. Dentro do meu coração, também vive o grande sonho de ser mãe algum dia.

Depois do ‘BBB’ você se tornou uma voz importante na luta antirracista no país. O quão importante para você tem sido seguir como representante dessa luta? Ainda é difícil ser uma pessoa negra em meio no circuito midiático do Brasil?

Infelizmente, ainda existe muito racismo explícito em todos os setores da nossa sociedade. O preconceito está por todos os lados e a luta contra isso é diária. Comecei a conviver com o racismo desde o momento em que nasci e sei como ele nos deixa marcas para a vida toda. Na minha infância, por exemplo, eu não conseguia me ver na TV, porque não tínhamos muitas referências de mulheres pretas na televisão. Hoje, estando no Bem Estar, por exemplo, ou aparecendo num comercial de uma marca, sei que posso ser referência para outras meninas e isso tem um significado enorme para mim. Faz toda essa visibilidade que ganhei após o BBB fazer sentido.

Thelma, estamos em ano de eleição. Posicionamento político parece nunca ter sido uma questão para você, mas ainda tem muitos artistas que se mantém calados sobre qualquer assunto político. Como você enxerga essas atitudes? Acredita que devia ser diferente?

O alcance que nós influenciadores e artistas temos é uma ferramenta muito poderosa para ajudar a promover bandeiras e causas sociais. Lutar por aquilo que acreditamos é algo que pode verdadeiramente mudar vidas, por isso eu acho muito importante usar essa visibilidade em prol de algo maior.

Para finalizar, você tem fãs em todo o país, e Belém não é diferente. Quando pretende desembarcar por aqui?

Amo muito a região norte do país! Gravar a série “O Som do Rio” no Rio Tapajós foi uma das experiências mais belas que eu já tive na minha vida. Espero voltar muito em breve e com a oportunidade de visitar Belém.

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