Banda Pato Fu fala sobre o reencontro com Belém e a expectativa para os 30 anos de carreira

O grupo mineiro é um dos principais destaques do “Festival Se Rasgum” e se apresenta neste sábado em Belém

Thainá Dias

De Minas Gerais para o mundo, a banda Pato Fu é uma das principais atrações do Festival Se Rasgum, que realizado neste final de semana, no Espaço Naútico Marine Club, em Belém. O grupo mineiro tem uma história com o festival, já que em 2009 realizou um show que ficou na memória de muitos fãs. Formada por Fernanda Takai, John Ulhoa, Ricardo Koctus, Glauco Nastacia e Richard Neves, a banda promete dar seu melhor como sempre, mais uma vez em solo paraense. O guitarrista e produtor musical, John Ulhoa, falou com exclusividade para O Liberal sobre o reencontro com o público de Belém e as comemorações de 30 anos da banda.

 

1.    O Pato Fu participou do Festival Se Rasgum em 2009. Fale um pouco sobre o retorno a Belém e ao evento. Após 13 anos, o que você destacaria das mudanças na banda e no país trazidas pelo tempo?

 

Acho incrível a gente voltar agora, é uma ótima sensação de que ainda somos relevantes num dos festivais mais legais do país. Eu diria que em 2009 já poderíamos ser candidatos à categoria "veteranos" do festival, mas agora não resta mais dúvida! A banda fez tanta coisa nesse meio-tempo, e acho que o mais importante é que mantivemos nossa essência criativa. O país tá um caos, virou do avesso, mas a gente segue firme fazendo o que sabe, acreditando na arte e na cultura. 

 

2.    Com 30 anos de história, o Pato Fu segue renovando o público. No início da trajetória, havia a ideia de que o grupo pudesse existir durante tanto tempo?


A gente sempre parafraseou o Spock, dizendo que queria uma carreira "longa e próspera". Claro que era difícil prever quanto tempo duraríamos, mas acho que nossas decisões foram mais ou menos conscientemente nos levando a isso. O álbum Música de Brinquedo de 2010 foi um momento de muita renovação de nosso público, mas recentemente a gente sente um apego de fãs bem mais jovens pelos primeiros discos. Fazer todo esse arco, das pessoas se interessarem por discos lançados há mais de duas décadas é realmente uma conquista a ser celebrada.

 

3.    Qual a relação da banda com a música produzida no Pará? Quais são as principais referências de vocês quando o assunto são os artistas do Norte do Brasil?


Ah, minhas principais referências em se falando do Pará são o Pinduca, o carimbó, as guitarradas, o tecnobrega... E alguns artistas como o Arthur Nogueira, nosso amigo. No Se Rasgum de 2009 vi o Mestre Vieira tocar, foi demais.

 

4.    A constante busca por invenção é uma característica marcante do Pato Fu. Você acha que o experimentalismo está “em baixa” na música brasileira, no sentido de que formas mais convencionais de fazer música estão em voga?

 

Na minha percepção o experimentalismo dificilmente se torna uma tendência dominante, "em alta". Ele geralmente aponta pra um caminho que pode ser incorporado pela música popular, pelas "formas convencionais", ou então pode morrer nele mesmo. A gente sempre tentou ter uma abordagem pouco convencional nos arranjos e letras, mas sempre aplicados à cultura pop, não é nosso interesse fazer um som hermético, de difícil digestão. Acabamos criando algo de personalidade própria, mesmo que as músicas sejam muito diferentes entre si. 

 

5.    O que a banda está preparando para o show em Belém?


Estamos fazendo um show com muita música antiga, daquelas que os fãs de carteirinha não viam no repertório faz tempo. Tem coisas mais recentes e os sucessos também, mas com a banda comemorando 30 anos e voltando ao festival depois de tanto tempo, acho que o clima vai ser de euforia total.

 

6.    O show “Música de Brinquedo”, que veio a Belém, em uma apresentação gratuita dentro do Festival de Bonecos, emocionou crianças e adultos. Existem planos para outros trabalhos voltados ao público infantil?


O próprio Música de Brinquedo ainda está na ativa, é a turnê que nunca acaba. Tirando isso, temos um projeto audiovisual ligado ao Música de Brinquedo saindo do forno, em breve teremos novidades. 

 

7.    Para finalizar: o que você destaca como o principal diferencial de tocar em um festival para outros formatos de apresentação?


É diferente, temos um público mais diversos, que pode te conhecer mais ou menos, talvez não tenha ido lá especificamente pra te ver, mas ao mesmo tempo tem aqueles que vão gritar pela sua banda favorita com todas as forças. Numa programação bem feita, as chances de sair todo mundo exausto e satisfeito é grande. Tem a clássica correria nos bastidores para aprontar palcos, troca de bandas e tal, mas é tudo parte da aventura, gostamos de festivais, especialmente os que têm essa característica de altas doses de diversidade como o Se Rasgum.

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