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Avanço da vacinação estimula usuários de apps a voltar ao sexo 'presencial'

Adeptos das plataformas relatam a ida a encontros casuais após a primeira dose da vacina.

O Liberal

No início do isolamento social, a crescente alta no número de usuários de aplicativos de relacionamento chamou atenção de diversos estudiosos ao redor do mundo. De acordo com dados da Pew Research, plataforma que fornece dados e análises sobre questões, atitudes e tendências ao redor do mundo, cerca de 30% a 400% de brasileiros, dependendo da região, se encorajou a adotar as plataformas de namoro como uma solução de interagir e se conectar com outras pessoas.
Mas, devido às restrições para conter o avanço da pandemia, os usuários optaram pelo sexo virtual como forma de manter a vida sexual ativa. Mas, com a chegada da imunização em grande parte do país, o cenário mudou, fazendo os amadores dos aplicativos se sentirem mais confortáveis em, finalmente, partirem para os encontros presenciais.

Em conversa com um grupo de seis jovens, entre homens e mulheres de 24 a 32 anos que aderiram os programas durante a pandemia, constatou-se que a maioria desanimou dos encontros presenciais, mas voltou a se animar após tomar a primeira dose da vacina anticovid.

Uma usuária de 24 anos comentou que chegou a sair quando as medidas foram flexibilizadas, mas se sentia muita insegura e por isso decidiu excluir o aplicativo. “Eu baixei o Tinder lá por setembro de 2020, e nem pretendia sair com ninguém, mas acabei saindo com duas pessoas e depois fiquei morrendo de medo de ter sido infectada. Qualquer dor de garganta já achava que era covid. Aí decidi excluir o perfil porque não ia dar em nada mesmo. Só voltei depois de tomar a primeira dose, agora a mãe tá on”, disse sorrindo.

A entrevistada, que preferiu não se identificar, comentou ainda que tentou fazer sexo virtual, mas sentia a falta da troca gerada em uma relação sexual presencial. “Era gostoso, não nego, mas sentia falta de afeto, da troca, sabe? Que a gente tem transando com outro. Mas, com a pandemia, muita gente está fazendo isso, tem até suruba online, mas sei lá, é estranho não ter pele com pele, beijo”, refletiu.

O sexo virtual, que antes era um tabu na sociedade, segue sendo uma das melhores alternativas para aqueles que possuem mais temor ao vírus. A iniciativa, acompanhada da masturbação foi inclusive recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e adotada sem medo pela população. 

“Eu fiquei no websexo por uns 5/6 meses com quem eu já ficava antes da pandemia. Quando a pandemia já estava mais ‘calminha’ eu baixei o Tinder e saí com o boy de lá sem medo de ser feliz. Fomos pra um lugar ventilado, com o álcool em gel na bolsa, torci pra não pegar covid e de fato não peguei. Depois da segunda onda, fiquei extremamente reclusa e foquei na faculdade, tomei a primeira dose e liberei geral, estou de volta ao Tinder, mas sem ir para lugares lotados. Agora, se o boy for o terror da OMS, eu dou prioridade para o que se cuida mais”, explicou outra adepta dos aplicativos.

Apesar da maioria dos usuários já terem tido seus encontros presenciais depois da primeira dose, outros preferem esperar a imunização completa. “Baixei o Tinder porque queria conhecer alguém legal, mas não aceitei convites, só depois da segunda dose”, declarou um homem de 29 anos.

image (Itaci Batista / AE)

Já outra moça revelou que baixou o app depois de tomar a primeira dose, mas não apenas atrás de um parceiro sexual. Segundo ela, o aplicativo é bom para afastar o tédio. “Eu tomei a primeira dose no final de julho, baixei porque terminei o namoro e quis ir conhecer gente nova, só conversar mesmo, é legal pra afastar o tédio e fazer amizades, lá tem a galera que só quer transar e tem aqueles que querem bater papo. Não baixei só pra transar, mas já transei”, revelou.

Segundo estudiosos, mesmo com a população se sentindo segura para se encontrar após a vacina, o ato sexual pós-pandemia tende a permanecer híbrido, ou seja, parte presencial e parte virtual. Essa mudança pode alterar a forma de se relacionar de toda uma geração, uma vez que o sexo virtual e o consumo demasiado da pornografia podem gerar ideias equivocadas do que de fato é uma transa. 

Agora, com boa parte da população parcialmente vacinada e o bandeiramento verde imposto pelo Governo do Estado, os jovens estão mais abertos para viverem o sexo casual sem grandes preocupações. Mas, uma coisa é certa, independente da forma e do cenário, a população continua fazendo uma das práticas básicas do ser humano: o sexo.

Texto Paula Figueiredo, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali

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