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As imagens das aparelhagens sob o olhar de uma mineira

Fotógrafa Bruna Brandão coleciona acervo de quase uma década da cultura paraense. Projeto vai virar livro

Bruna Dias

Nada faz tão sentido para a fotógrafa Bruna Brandão quanto a frase “Quem vai ao Pará, parou!”. A mineira, que já esteve por aqui por nove vezes, compartilha sua rotina paraense no seu perfil no Instagram. Entre cliques gastronômicos, Bruna mostra a beleza dos seus trabalhos nas redes sociais. Porém, foram as aparelhagens que deram um sentido maior para o seu trabalho autoral no Pará.

Após o convite de um amigo, a curiosidade foi aguçada, e hoje ela tem um acervo bem grande sobre essa parte da cultura paraense. Entre fotografias e audiovisual, Bruna Brandão conta a história das aparelhagem de décadas.

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“Há muitos anos realizo um trabalho sobre o a cultura tecnobrega aqui em Belém, desde que eu vim aqui a primeira vez, em 2014. Já tinha essa curiosidade com a cultura das aparelhagens, sobre a magnitude, a importância musical que se tem aqui, a importância das festas, a cultura de festa mesmo, que é bem familiar e que cresce no bairro, vão os adolescentes, os jovens, todo mundo vai para festa, é uma coisa que que eu fico muito admirada”, explicou.

Bruna também se encanta com a pirotecnia que existe nas festas regionais, essa foi a primeira coisa que seduziu a fotógrafa. O jogo de luz, cores e a entrega dos sons, chamou a atenção da de Bruna. Entre suas fotos e audiovisuais, Bruna encontrou nas festas de aparelhagens o real sentido para o seu trabalho.

“Visualmente, eu buscava muito pela estética das naves, com o tempo eu fui caminhando mais para pessoas, mas hoje eu acho que o projeto se concentra na dança”, contou. Bruna é ex bailarina e por conta da sua intimidade com a dança ocorreu um encantamento maior pelas festas locais.


A ausência desses registros, principalmente por meio da fotografia sobre as aparelhagens, torna o trabalho de Bruna Brandão como pioneiro neste quesito. Em termo de acervo, encontrar um trabalho que conta essa história é bem difícil, é bem pior quando se fala em fotografia. “A gente encontra muito vídeo na internet, muito audiovisual, principalmente imagem dos DVDs das aparelhagens. Mas é algo mais comercial”, lembra.

“Então eu resolvi seguir essa pesquisa na fotografia, produzir um material tanto para as pessoas que querem conhecer a cultura, quanto material para quem é da aparelhagem. Voltar essas fotos para quem é dono das aparelhagens, quem frequenta, mostra o meu olhar sobre essa cultura”, acrescentou.

No Pará, Bruna Brandão vive dias intensos de festa e trabalho. Ela não se prendeu apenas as aparelhagens de Belém ou as mais conhecidas do ramo, ela literalmente colocou a mochila nas costas e desbravou o Estado em busca de bons cliques.

“Tenho que admitir, as principais festa são aqui em Belém, mas já fui em Ananindeua, no Marajó, em Barcarena. Depende muito de qual aparelhagem eu quero conhecer. Por exemplo, queria conhecer o Guerrero, que é de Barcarena, então fui, passei um tempo lá. Como queria ter contato ao máximo de naves diferentes que estão na ativa e ver também, precisei ir para os interiores. Como não tem festa todo dia em muitos locais, realmente todo mundo vai ver a nave, num sábado que vai tocar, então acho que a energia é outra”, avaliou Bruna Brandão.

A fotógrafa acredita que esse trabalho nunca vai ser finalizado, vai estar em constante atualização. Ela também já iniciou do livro “Terremoto Sonoro” que vai conter esses registros, mas que não tem data para ser lançado. “Acho que esse livro pode voltar a se caminhar mais para frente, mas hoje em dia como eu continuei a pesquisa muito para parte visual de fotografia e gostaria muito de fechar o material, que possa virar uma exposição, inclusive é uma exposição que seja feita com projeções”, finalizou Bruna Brandão.

                              

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