MENU

BUSCA

Artistas paraenses homenageiam Ruy Barata em show no Margarida Schivasappa

'Para Sempre Ruy' tem apresentações na quinta e sexta-feira, às 20h30

Lucas Costa

As celebrações pelo centenário do gigante da cultura paraense Ruy Barata continuam tomando forma. Nesta quinta e sexta-feira, dias 28 e 29, é a música do artista que ecoa em uma homenagem com o show “Para Sempre Ruy”, em que nomes da música paraense sobem ao palco para interpretar as composições do poeta. As apresentações serão no Teatro Margarida Schivasappa (Centur), sempre às 20h30.

Toda a renda do show será destinada às instituições de apoio aos mais vulneráveis. O show tem apoio do Grupo Liberal.

O show era uma das atividades programadas para 2020, ano do centenário de Ruy Barata - poeta, compositor, advogado, historiador, professor e político paraense nascido em Santarém, em 1920, marcado como um dos grandes nomes da cultura do século XX. Barata faleceu em 1990, em São Paulo.

Em “Para Sempre Ruy”, o repertório celebra as composições solo de Ruy e também aquelas fruto do trabalho conjunto com Paulo André Barata, seu filho e grande parceiro musical. Entre os nomes que sobem ao palco para homenagear Ruy e Paulo André estão: Pinduca, Elói Iglesias, Eudes França, Andréa Pinheiro, Lucinnha Bastos, Alba Mariah, Renata Del Pinho, Dayse Addario, Mahrco Monteiro, Lúcio Mouzinho, Pedrinho Cavalléro, Pedrinho Callado, Olivar Barreto, Marcos Campelo, Nicinha, Suelene, Joba, Maca Maneschy, Edilson Moreno, Antônio Juraci Siqueira, Félix Robatto, Floriano, Marcelo Sirotheau, Bob Freitas, Kim Freiras, Alberto Silva Neto, Jacinto Kahwage, Luiz Pardal, Ziza Padilha, Trio Manari e muitos outros.

Tito Barata, filho de Ruy que também assina a direção geral do show, conta que tudo deve resultar em um momento marcante, e por isso prefere não revelar a setlist, mantendo o segredo sobre qual composição cada artista irá interpretar.

“Esse show que aconteceria em 2002 se chamava originalmente ‘Trinta anos sem Ruy’. Mas como houve a pandemia, nós tivemos que suspender em 2020, 2021 e estamos realizando ele agora em 2022. A gente faz uma retrospectiva da parceria do Ruy Barata com o Paulo André, e dentro dessa retrospectiva vamos contar um pouquinho da história das canções, um pouquinho da história do Ruy, e mais que isso, vamos contar essa história através dos cantores daqui da cidade”, explica Tito.

Esta é apenas uma das atividades que compõem as celebrações pelo centenário de Ruy Barata, que envolve uma série de eventos, além de relançamentos de obras e a gravação de um CD. Tito fala sobre o momento atual.

“É uma satisfação muito grande, ter a oportunidade de dirigir esse show, e realmente eu acho que a gente vai contar um pouco a história musical da parceria Paulo André e Ruy Barata[...]. São mais de 60 pessoas trabalhando na equipe. Será uma banda de 19 integrantes e serão mais de 30 cantores no palco. E para mim, é uma satisfação imensa poder estar fazendo esse show”, descreve Tito.

Ziza Padilha, que assina a direção musical do show, diz estar muito honrado em fazer parte do processo, e promete um momento especial. "Arranjar e orquestrar com esta equipe de músicos e intérpretes, primeiramente, me deixa muito honrado, pois são excelentes artistas e todos meus amigos. O público, com certeza, verá um grande espetáculo, digno da grandeza da obra de Ruy e, claro, seus parceiros musicais", conta Ziza.

Memórias

Entre as surpresas para a noite está ainda um número totalmente instrumental. O guitarrista Bob Freitas traz ao palco uma história em que sua carreira se relaciona com as de Ruy e Paulo André Barata. Em 1974, a primeira vez em que Bob subiu ao palco profissionalmente, também foi a primeira de Paul André. No show de homenagem, ele deve fazer um número solo de guitarra.

“O show se chamava ‘Todo dia é dia D’ e foi o primeiro show profissional que eu fiz na minha vida, que lançou também a Fafá [de Belém]”, relembra Bob.

“Eu era bem moleque. E teve uma audição no Teatro São Cristóvão e outra no Pará Clube. E fui eu foi meu encanto, né? Eu me lembro que eu estudava arquitetura na época e foi um grande dilema, do encanto do palco. Não tem esse negócio nervoso, de ansiedade e tal, foi muito bom. E para mim foi a prova do que é, de como funciona isso tudo, de ensaiar 100 horas…”, relembra.

Foi depois desse show, que considera um “divisor de águas” em sua vida, que Bob então se tornou o que chama de “arquiteto do dia e músico da noite”, e desde lá nutre um grande carinho pela família Barata.

“O Paulo André foi o cara que foi a minha referência[...]. Para mim, pessoalmente, acho que aqui para nós do Pará ele é nosso Tom Jobim, o nosso Milton Nascimento. Ele é o cara, é a referência musical. Evidentemente que tem outros excelentes, mas ele é nosso Tom Jobim, não adianta”, pontua.

Agende-se:

Show Para Sempre Ruy

Dias 28 e 29 de abril, às 20h30;

Local: Teatro Margarida Schivasappa (Av. Gentil Bitencourt, 650 - Nazaré)

Ingressos disponíveis na bilheteria do teatro;

Mais informações: (91) 98088-9521.

Cultura