Artista realiza evento multissensorial sobre a Matinta Perera em Belém
O minilaboratório desenvolvido por Romana Melo envolve experiências sensoriais diversas, que misturam a comicidade com a cultura amazônica

A figura da Matinta Perera será tema de um trabalho cultural e artístico nesta próxima quarta-feira (10), em Belém, no MiniLab chamado: “Matintas na Ginga do Riso”, uma iniciativa que mistura os misticismos da lenda com a comédia e as vivências afetivas dos saberes amazônicos.
O minilaboratório foi criado pela palhaça, atriz e pesquisadora paraense Romana Melo, que desenvolveu o trabalho através do apoio de editais da Fundação Cultural do Pará (FCP). O projeto faz parte da Casa das Artes e tem o objetivo de proporcionar uma experiência multissensorial sobre o trabalho artístico desenvolvido pela atriz.
O trabalho laboratorial será apresentado a um grupo de pessoas que se inscreveram previamente para assistir à experimentação. De acordo com a produtora cultural, “Matintas na Ginga do Riso” é fruto de muitas pesquisas e irá trazer uma imersão profunda sobre diversos aspectos da Matinta Perera.
“Esse eu trabalho vem de alguns anos de pesquisa com a figura da Matinta e a mistura com a comicidade, através da minha vivência na palhaçaria, trazendo essa força na figura tão emblemática e tão importante para a nossa cultura popular e imaginário amazônico”, relata a artista.
Romana afirma que inicialmente abriu apenas 15 vagas para a experiência, mas devido à grande demanda, precisou aumentar as vagas e mesmo foram todas preenchidas em tempo recorde. Para a artista, esse movimento demonstra o grande interesse da população paraense sobre o personagem folclórico.
“É um projeto que interessa as pessoas porque toca nesse lugar do afeto e da sensibilidade, do lugar da nossa cultura enquanto paraenses”, destaca.
Imersão sensorial
O trabalho de imersão dos inscritos com Romana terá a duração de cinco horas e ocorrerá na Casa das Artes. Segundo a atriz, além de apresentar a Matinta em suas diversas nuances, o laboratório também visa levar memórias afetivas aos participantes.
“O intuito é trazer esse corpo dessa nossa bruxa amazônica, pelas memórias afetivas, das avós, tataravós, mesmo que as pessoas não tenham conhecido pessoalmente. A vivência não é apenas para mulheres, mas para qualquer pessoa que se conecte com a sua ancestralidade”, pontua a palhaça.
Para fazer essa conexão grupal com todos os envolvidos no laboratório, Romana afirma que utilizará diversos métodos de imersão para integrar os elementos que compõem o imaginário sobre a Matinta e a cultura popular paraense.
“O projeto tem todo um trabalho sensorial para integrar as pessoas. Eu utilizo os banhos de cheiros com as ervas do Ver-o-Peso, o aroma do caldo do tucupi, entre outros cheiros que envolvem a experiência”, explica Romana.
Sobre a artista
Doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestre em Artes pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Romana Melo é integrante do Circo Ver-a-Lona, do Núcleo de Mulheres Cômicas de Belém: As Preciosas Ridículas e da Rede “Palhaças do Norte na Rede”. A artista iniciou na linguagem da palhaçaria em 2004, em Belém, e desenvolveu sua poética de pesquisa intitulada "Palhaçaria Agridoce", brincando com a mistura de sabores a partir das relações afetivas com a comida em suas construções cênicas e clownescas, nas figuras da Palhaça Estrelita e do Palhaço Uisquisito.
Serviço:
Minilaboratório: “Matintas na Ginga do Riso”
Local: Casa das Artes - Rua Arcebispo D. Alberto Gaudêncio Ramos, 236, Nazaré
Data: 10 de abril
Horário: 17h às 22h
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