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Arte Pará encerra com a tradição feminina da marujada

Projeto alcançou centenas de pessoas com exposições, formações, oficinas e diálogos

Redação Integrada

O Arte Pará 2019 encerrou com a força da marujada no Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). A apresentação das marujas de Quatipuru uniu a tradição paraense à arte contemporânea exposta no Arte Pará. A ideia da apresentação dança típica paraense foi realizar o encontro que ocorreu durante todo o projeto, já que, neste ano, o grande homenageado foi o poeta, professor e escritor João de Jesus Paes Loureiro que sempre aborda em suas obras o imaginário amazônico de maneira atual. O encerramento contou também com cinco performances da artista moradora de Quatipuru Lúcia Gomes.

A 38ª edição do Arte Pará contou com 77 artistas homenageando o poeta Paes Loureiro com as exposições “Deslendário Amazônico – 80 Anos de João de Jesus Paes Loureiro” no Museu do Estado do Pará (MEP) e “As Amazonas do Pará” no MUFPA com a consultoria de Paulo Herkenhoff. “O Arte Pará 2019 com as suas exposições As Amazonas do Pará e Deslendário Amazônico potencializam a arte do Pará e da Amazônia com seus múltiplos aspectos e saberes indo da história da arte às ações efêmeras contemporâneas, ativando a força do conhecimento dos artistas e das especificidades epistemológicas do pensamento crítico em suas exposições, ações performáticas, seminários e palestras. Foi um grande momento de celebração da força da arte do Norte do País”, destacou Orlando Maneschy, que foi o curador da exposição “Deslendário Amazônico” com a parceria de Keyla Sobral.

Para a artista Lúcia Gomes, que acompanhou o grupo de Marujada de Quatipuru e apresentou performances no MUFPA, o Arte Pará é mais uma forma de resistência e possibilidade de exposição importante para a classe artística paraense. “É um brinde da democracia, onde o tradicional e o contemporâneo convivem de forma harmônica. Isso é muito bonito, especialmente no momento em que temos um governo com um secretário de cultura nazista. Ou seja, é o povo resistindo, são os intelectuais, os artistas, é uma prática da humanidade”, declarou. A apresentação contou ainda com o apoio da Prefeitura Municipal de Quatipuru que concedeu transporte e lanche para os participantes do grupo da Marujada.

A curadora do Núcleo exposto no Museu da UFPA, Nina Matos, avaliou que o projeto foi concluído da melhor maneira possível, já que as marujas levaram uma carga feminina intensa de ancestralidade, tradição e raízes afro-brasileiras. “Em primeiro lugar o Arte Pará veio celebrar o pensamento do nosso poeta maior que é o João de Jesus Paes Loureiro, do nosso imaginário fantástico, transmitir conhecimento através da arte, com o fechamento deste salão como uma manifestação genuína da cultura popular das mulheres em um espaço que foi dedicado a produção das mulheres das artistas paraenses”, afirmou.

A produção das mulheres artistas paraenses conseguiu levar o público a refletir e teve elogios. “As críticas que recebi eram bem favoráveis, além desse protagonismo das mulheres e dessa presença forte da produção paraense, os assuntos que foram abordados na poética de cada uma falando sobre o atual da Amazônia, em questões que envolvem a violência contra as mulheres, por exemplo.  Acredito tudo reverberou e teve uma ressonância muito grande”, assegurou.

Projeto Arte Pará

Realização: Fundação Romulo Maiorana

Patrocínio: Vale e Faculdade Fibra.

Colaboração: SOL Tecnologia e O Liberal na Escola.

https://www.artepara2019.org

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