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Ana Carolina canta Cássia Eller em show de sua turnê em Belém

"Ana canta Cássia - Estranho seria se eu não me apaixonasse por você", no próximo sábado, 4, às 21h no Hangar - Centro de Feiras e Convenções da Amazônia. O show será aberto pela cantora paraense Aline Alves

Emanuele Corrêa

A cantora Ana Carolina volta a Belém com o show da sua turnê: "Ana canta Cássia - Estranho seria se eu não me apaixonasse por você", no próximo sábado, 4, às 21h no Hangar - Centro de Feiras e Convenções da Amazônia. Quem ficará responsável pela abertura do show é a cantora paraense Aline Alves, que promete fazer uma apresentação com repertório variado, abrangendo do rock e vozes femininas internacionais e nacionais dos anos 80 aos anos 2000.

Ana revisita os maiores sucessos de Cássia Eller neste show e em entrevista a reportagem de O Liberal revelou algumas músicas presentes, e o seu retorno à capital paraense.

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Influência e representatividade

Ana Carolina não por acaso decidiu homenagear Cássia Eller em seu show, a artista é fã declarada da artista, que se estivesse viva, teria completado 60 anos em 2022, mesmo período que o show "Ana canta Cássia - Estranho seria se eu não me apaixonasse por você" começou a ser delineado. Cássia morreu aos 39 anos em 29 de dezembro de 2001, após um infarto do miocárdio devido à malformação de seu coração.

Aos 16 anos, em Juiz de Fora (MG), Ana ouviu Cássia pela primeira vez. A cantora relembrou que tudo a inspirava e ainda a inspira, já que Eller era uma mulher assumidamente bissexual na década de 1990 e isso ajudou Ana a entender sua própria sexualidade.

A cantora mineira teve a oportunidade de em 1997 ter contato com Cássia e vê-la em um show, na plateia. “Aquele gesto simples reverbera em mim até hoje. Eu chegava no Rio para um show e a Cássia cedeu espaço para mim dentro de seu apartamento. Era o começo da minha carreira e tudo era muito difícil. Tão difícil que ela ainda fez questão de contratar meu primeiro roadie, para carregar e afinar o violão para este show. Eu não estava sequer habituada com isso ainda. Foi inesquecível vê-la na plateia torcendo por mim”, rememorou.

E completa, dizendo que se pudesse falar algo, a Cássia sabe, sem precisar pensar, o que seria: “Cássia me acolheu como fã, como jovem buscando entender meu lugar no mundo e finalmente como artista. Se eu pudesse falar uma única frase para ela hoje, seria justamente essa: 'Estranho seria se eu não me apaixonasse por você'”, contou.

Questionada sobre a referência que ela, assim como Cássia, tem dentro da comunidade LGBTQIAPN+ e como a arte atravessas essa pauta, Ana Carolina diz: "primeiramente, obrigada por me considerar uma artista com esse empoderamento, ainda mais ao lado da Cássia. Meu pensamento é que a arte e o palco, de maneira geral, sempre estão ligados a uma busca por direitos e a uma exposição do que o artista acredita", falou.

"Acho fundamental usar a música para naturalizar, sem nunca banalizar, todas as questões que envolvem nossa comunidade LGBTQIAPN+. Costumo dizer que a atitude desbravadora da Cássia me abriu ‘pro’ mundo, ajudou a me entender lá atrás quando era uma menina adolescente em Juiz de Fora. E fico muito feliz quando ouço que, de alguma forma, minha obra também auxilia outras pessoas em seus processos", concluiu.

Sobre voltar a Belém e reencontra o público paraense, Ana Carolina se expressa com felicidade, e conta que depois do afastamento causado pela pandemia de Covid-19, voltar ao palco com essa turnê, é motivo de alegria. "Tocar em Belém é incrível! Sempre faço questão de rodar o país com minhas turnês e chegar 'pros' fãs daí é uma honra. Sou sempre muito bem recebida e sinto o amor de verdade da plateia. Essa apresentação vai ter um gosto especial. Além, claro, de levar o repertório da Cássia em uma turnê que tem me feito tão feliz, já são quase quatro anos que não vou aí. Teve uma pandemia horrível no meio que nos paralisou. Matar a saudade de vocês depois disso tudo será incrível", finalizou.

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