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Tem animação paraense na mostra do Itaú Cultural para crianças

'Pra Vler Poesia', tem direção de Andrei Miralha e Marcílio Costa, da Iluminuras Estúdio

Enize Vidigal

A produção paraense “Para Vler Poesia”, de Andrei Miralha e Marcílio Costa, está entre os dez curta-metragens selecionados pela Mostra de Animação para Crianças, do Itaú Cultural, disponível no portal www.itaucultural.org.br. O objetivo é proporcionar entretenimento para o público infantil com conteúdo lúdico durante a fase de isolamento social para o enfrentamento da Covid-19.

Incentivado pelo Edital Interprogramas Culturanimação, da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), em 2012, “Para Vler Poesia” teve o roteiro adaptado do livro infantil de Marcílio. O enredo traz um menino que transforma em poesia tudo o que vê pelo caminho. “A gente trabalha o olhar da infância. O garoto vai compreendendo a realidade amazônica e usa a imaginação para criar um universo muito particular em que ele tem a poesia como ferramenta de encantamento”, explica Andrei Miralha.

O projeto original é constituído de três episódios com duração de um minuto cada, denominados “Popopô”, “Bichos Letrados” e “Chuva”, que, posteriormente, foi unificado em um curta-metragem. Em 2014, a produção foi selecionada ao Festival Anima Mundi, do Itaú Cultural.


Andrei também foi responsável pela a animação e edição do cuta, enquanto Marcílio assinou o roteiro. Os dois são artistas visuais e, em 2009, já tinham feito juntos a animação “Muragens-Crônicas de um Muro”. Andrei já dirigiu e animou outras produções, como “Admirimiriti”,(2005), “Nossa Senhora dos Miritis” (2010) e "Quem Vai Levar Mariazinha Pra Passear?” (2012). Atualmente, ele é responsável por um Laboratório de Animação na Fundação Cultural do Pará e sócio do Iluminuras-Estúdio de Animação.

Enquanto Marcílio, que também é poeta e autor de dois livros, produziu e dirigiu os curtas “A outra voz” (2011), vencedor do Prêmio Cidade de Belém, “Crescemos” (2013) e Pedaços de Pássaros (2014). A trilha sonora de “Para Vler Poesia” é de André Moura e a voz, de Rafael Miralha.

“Para Vler Poesia” foi exibido pela TV Cultura do Pará entre 2013 e 2015 e percorreu o 2º Festival de Audiovisual de Belém, em 2014; 13º Festival Internacional de Cinema Infantil (FICI), 2015; 18ª Mostra de Cinema Infantil, em Florianópolis, 2015; o Cine Curtinhas, do Itaú Cultural, em São Paulo, em 2016; e participou das mostras de Aniversário de Belém no Sesc Ver-o-Peso, em Belém, no ano passado.

Outros filmes da Mostra de Animação

“Menina da Chuva” (RJ), de Rosária; “Viagem na Chuva” (GO), de Wesley Rodrigues; “Òrun Àiyé: a criação do mundo” (BA), de Jamile Coelho e Cintia Maria; “Caminho dos Gigantes” (SP), de Alois Di Leo, Lipe; “Vovô e o Monstro” (RS), de Felippe Steffens e Carlos Mateus; “No Caminho da Escola” (ES), de alunos do Instituto Marlin Azul; “Meu Melhor Amigo” (MG), de Laly Cataguases; “Vivi Lobo e o Quarto Mágico” (PR), de Isabelle Santos e Edu M. Z. Camargo; e “Quando a Chuva Vem?” (PE), de Jefferson Batista.

A série de animação 'Brinquedonautas', exibida na TV Cultura do Pará, é outra produção da Iluminuras

Andrei Miralha, junto com Petrônio Medeiros, assina pela Iluminuras a direção da série de animação “Brinquedonautas”, que estreou na TV Cultura do Pará, em abril, onde está sendo exibida diariamente. Nele, um grupo de crianças viaja pelo mundo em um zeppelim para conhecer outras crianças e as diferentes brincadeiras existentes em várias partes do mundo, além de resolver problemas, conhecer diferentes visões de mundo e se divertir.


A primeira temporada, constituída de 13 episódios de 7 minutos cada, se passa na Amazônia, e apresenta, no Pará, os brinquedos de miriti de Abaetetuba, o Boi de Máscara de São Caetano de Odivelas, as fantasias de folhas numa aldeia Tembé, o Carnaval no Mangue em Curuçá e os piões de babaçu da comunidade quilombola Camiranga. Ainda, o marabaixo em Mazagão, no Amapá, as pipas de Boa Vista, em Roraima, e as cabanas da aldeia Ashaninka, no Acre

“A brincadeira está relacionada à cultura do lugar. A criação ficcional é baseada em uma pesquisa, tem uma base documental”, explica Andrei. A produção traz legendas, audiodescrição e Libras (Língua Brasileira de Sinais) para a acessibilidade dos pequenos expectadores. Mais de 50 profissionais trabalham na produção da série.

“Brinquedonautas” foi contemplado pelo edital da Agência Nacional de Cinema (Ancine), em 2015, e pode ser exibido por tevês públicas e universitárias. “A gente tem tido um bom retorno do público sobre esse trabalho. A National Geographic Kids está fechando para exibir a série”.

Para as próximas temporadas, o desafio é revelar brincadeiras de outros cantos do Brasil e de países da América Latina.