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'O Garoto', espetáculo com ex-BBB Diego Sabádo estreia neste sábado

Inspirado em filme de Chaplin, montagem apresenta linguagem com teatro mudo

Redação Integrada

Do cinema para os palcos, um espetáculo inspirado em “The Kid” (1921) de Charlie Chaplin, estreia no Teatro Bosque Grão Pará neste sábado (28), às 19h. “O Garoto”, dirigido por Gê Souza e Ramon Dekken, tem novas sessões nos dias 5, 12 e 19 de dezembro, sempre no mesmo horário.

A montagem narra a história de uma criança, abandonada por sua mãe pobre após o nascimento. Deixada na rua, a criança é acolhida por um vagabundo que a cria como se fosse seu filho. Ambos ganham dinheiro dando golpes pela cidade, e são constantemente perseguidos por policiais que patrulham a área.

Em cena como um dos protagonistas, o ex-BBB Diego Sabádo conta que o espetáculo surgiu com a vontade de celebrar seu aniversário no palco. Ele já pensava em montar uma peça antes mesmo da chegada da pandemia de coronavírus, ao lado do sobrinho Eduardo Hage, com quem divide o palco.

“Em vez de fazer uma festa, pensei ‘porque não fazer algo artístico?’. Estou fora do palco a mais de 10 anos, o período em que fiquei só estudando; então quando resolvi voltar para o teatro, pensei nisso”, conta ele.

Sabádo iniciou então a busca por inspiração para uma peça teatral, foi quando a ideia veio por acaso. “Queria voltar aos palcos com o Eduardo, meu sobrinho que mora comigo. Começamos a ver os filmes do Chaplin, e pensamos que seria ótimo para fazermos juntos, enquanto ele está nessa idade e ainda não passou de mim em altura”, brinca Sabádo. “Comecei a rever o filme, adaptar, reduzir personagens, para deixar um material mais teatral e menos cinematográfico”.

O roteiro de Sabádo foi concluído no final de julho deste ano, exceto que a obra era diferente do do comum no teatro: a peça não tem falas, seguindo o estilo de Chaplin do cinema mudo.

O filme de Chaplin é ambientado originalmente nos Estados Unidos da década de 20, e agora tem seu cenário repensado para a releitura do enredo nas ruas da Belém da Belle Époque. O espetáculo tem suas ações baseadas inteiramente em pantomima, sem diálogos nem sons, buscando homenagear o cinema mudo. A trilha sonora do espetáculo será tocada inteiramente ao vivo no teclado e a iluminação busca realçar este elemento cinematográfico preponderante nos filmes de Charles Chaplin.

Para celebrar o aniversário com a obra, Daniel então resolveu completar a festa trazendo a família para o palco. “Como é meu aniversário, pensei em convidar minha família, e eles toparam. Foi minha tia, mais dois primos, e outro primo músico que vai tocar teclado ao vivo. A gente ensaiava no quintal duas vezes por semana, lapidando as entradas e saídas de cena. quando já tinha esse bruto, chamei o Gê e então passamos a ensaiar no Centro Cultural Atores em Cena”, relembra ele.

Gê Souza é quem assina a direção do espetáculo ao lado de Ramon Dekken. Ele fala do desafio em fazer um teatro mudo. “É um espetáculo que a muito tempo a gente queria montar, mas sem perder a essência do chaplin, do cinema mudo. A gente vinha batendo cabeça, mas resolvemos encarar o teatro mudo, só com o corpo falando”, conta Gê.

O diretor então relembra dos ensaios, onde percebeu que a ideia daria certo. Mas além da novidade, havia mais um desafio: o de trabalhar com pessoas que não tinham experiência com teatro.

“O curioso é que o espetáculo foi todo feito pela família do Diego, e tem toda a questão do processo, criação e desenvolvimento do corpo, porque além do Diego e Eduardo, os outros não eram atores. Então teve o desafio de trazer o cinema mudo para esse universo do teatro, e o prazer de estar lidando com uma família, descontraído, bem leve, apesar das dificuldades”, relembra o diretor.

Toda a produção é uma parceria do Centro Cultural Atores em Cena e da ONG Instituto Lumiee de Artes, Educação, Esporte, Saúde e Ideias. O espetáculo foi montado inteiramente com doações de empresas parceiras e amigos da ONG.

Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Todo lucro arrecadado com as apresentações será destinado à elaboração dos projetos da ONG, assim como ao elenco e equipe técnica que atuam e trabalham de forma voluntária no projeto.