Nos EUA, mulher é condenada a mais de 4 anos de prisão por tentar vender casa de Elvis Presley
Graceland serviu como residência de Elvis Presley em Memphis antes de sua morte em agosto de 1977
Uma mulher do Missouri, nos Estados Unidos, que tentou usar uma empresa de fachada e falsificar documentos para vender por milhões de dólares a casa transformada em museu Graceland, de Elvis Presley, foi condenada na terça-feira, 23, a mais de quatro anos em uma prisão federal.
O juiz distrital John T. Fowlkes Jr. questionou a probabilidade de sucesso do plano ao condenar Lisa Jeanine Findley, em um tribunal federal em Memphis, a quatro anos e nove meses de prisão, além de mais três anos de liberdade condicional. Findley, 54 anos, não quis se manifestar durante a audiência.
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Findley se declarou culpada em fevereiro de uma acusação de fraude postal relacionada ao esquema. Ela também havia sido indiciada por roubo de identidade qualificado, mas a acusação foi retirada como parte de um acordo judicial.
Findley, de Kimberling City, alegou falsamente que a filha de Elvis Presley, antes de morrer em 2023, havia tomado um empréstimo de US$ 3,8 milhões de um credor privado falso e havia dado Graceland como garantia, disseram os promotores quando Findley foi indiciada em agosto de 2024. Ela então ameaçou vender Graceland ao maior lance se a família de Presley não pagasse um acordo de US$ 2,85 milhões, de acordo com as autoridades.
Graceland serviu como residência de Elvis Presley em Memphis antes de sua morte em agosto de 1977, aos 42 anos. Foi inaugurado como museu e atração turística em 1982 e atrai centenas de milhares de visitantes todos os anos. Um grande complexo de entretenimento com a temática de Presley, do outro lado da rua do museu, pertence à Elvis Presley Enterprises.
Uma pessoa, três identidades
Findley se passou por três pessoas diferentes supostamente envolvidas com o credor falso, falsificou documentos de empréstimo e publicou um aviso fraudulento de execução hipotecária em um jornal de Memphis anunciando o leilão de Graceland em maio de 2024, disseram os promotores. Um juiz suspendeu a venda depois que a neta de Presley entrou com uma ação judicial.
Especialistas ficaram perplexos com a tentativa de vender um dos imóveis mais famosos do país usando nomes, e-mails e documentos que rapidamente se tornaram suspeitos de serem falsos.
O edital para a venda da propriedade de 5 hectares afirmava que o fundo Promenade Trust, que controla o museu de Graceland, devia US$ 3,8 milhões após não pagar um empréstimo de 2018. A atriz Riley Keough, neta de Presley, herdou o fundo e a propriedade da casa após a morte de sua mãe, Lisa Marie Presley, em janeiro de 2023. Keough entrou com uma ação judicial alegando fraude e um juiz suspendeu o leilão proposto com uma liminar.
A Naussany Investments and Private Lending - a falsa instituição financeira que as autoridades afirmam ter sido criada por Findley - afirmou que Lisa Marie Presley usou Graceland como garantia para o empréstimo, de acordo com o aviso de venda de execução hipotecária.
O processo de Keough alega que a Naussany apresentou documentos fraudulentos referentes ao empréstimo em setembro de 2023 e que Lisa Marie Presley nunca tomou dinheiro emprestado da instituição.
"Esquema altamente sofisticado de fraude"
Kimberly Philbrick, a tabeliã cujo nome consta nos documentos da Naussany, indicou que nunca conheceu Lisa Marie Presley nem autenticara nenhum documento em seu nome, de acordo com o processo movido pelo espólio. O juiz afirmou que a declaração juramentada da tabeliã questionava a autenticidade da assinatura.
Um comunicado enviado por e-mail à Associated Press após o juiz suspender a venda diz que a Naussany não prosseguiria com a venda porque um documento-chave do caso e o empréstimo foram registrados e obtidos em um estado diferente, o que significa que "ações legais teriam que ser movidas em vários Estados". A declaração, enviada de um endereço de e-mail da Naussany listado nos autos do processo, não especificou qual seria o outro Estado.
Após o fracasso do esquema, Findley, que tem antecedentes criminais que incluem tentativas de emitir cheques sem fundo, tentou fazer parecer que o responsável era um ladrão de identidade nigeriano, disseram os promotores.
Um e-mail enviado à AP em 25 de maio de 2024, do mesmo e-mail da declaração anterior, dizia em espanhol que a tentativa de venda da hipoteca foi feita por uma rede de fraude nigeriana que tem como alvo idosos e falecidos nos EUA e que usa a internet para roubar dinheiro.
Ao defender uma sentença de três anos, o advogado de defesa Tyrone Paylor observou que o espólio de Presley não sofreu nenhuma perda financeira e rebateu a posição da promotoria de que o esquema foi executado de forma sofisticada. Paylor acrescentou que o plano era uma "ideia inventada" sem possibilidade real de sucesso.
Fowlkes, o juiz, disse que teria sido uma "farsa da justiça" se a venda tivesse sido concluída. Fowlkes também questionou como Findley achava que a venda poderia ser realizada. "Este foi um esquema altamente sofisticado de fraude", disse ele. Com informações da Associated Press.
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