Mostra 'Aysú' convida público a sentir a essência dos alimentos amazônicos em Belém
Exposição revela a relação entre os amazônidas e itens fundamentais da culinária regional e já pode ser conferida no Porto Futuro II
A Amazônia tem na culinária uma das faces mais expressivas de sua identidade, e isso pode ser sentido na pele por quem visita a exposição "Asyú: os sentidos da origem". Esse evento cultural celebra a riqueza desse bioma fundamental ao mundo no Armazém 5 do Porto Futuro II, no centro da capital paraense. A mostra é uma jornada que ativa os sentidos do público visitantes por meio da interação com alimentos e saberes que conectam ancestralidade e bioeconomia na região.
"Aysú" (amor, em tupi guarani) foi aberta nesta terça-feira (11), no final da manhã, e poderá ser visitada em sessões de 30 minutos até as 20h. Durante a exposição, Aysú se apresenta como entidade-guardiã a conduzir os visitantes pela jornada por meio de ingredientes, saberes, povos e práticas que formam a base da culinária e da cultura amazônica e ativam sentidos. Quem dá vida a esse condutor dos visitantes é a jornalista Ursula Vidal, que atua à frente da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
Dividida por salas, a exposição tem em cada um desses espaços aspectos da relação entre floresta, pessoas e alimento. Joanna Martins, pesquisadora em cultura alimentar amazônica e diretora do Instituto Paulo Martins, entidade que concebeu e produziu a exposição, junto com a produtora Origem Justa. explica o projeto.
"Pensamos nessa exposição, especialmente neste momento de COP 30, em Belém, para apresentar o que temos de mais brasileiro: a nossa relação com o alimento e como esses elementos da floresta promovem a bioeconomia alimentar", destaca Joanna.
Jornada
De acordo com a proposta da exposição, a jornada do público em "Aysú" tem na primeira sala a realidade virtual que transporta os visitantes para dentro da floresta - a visão encontra a imensidão verde e a audição capta sons de todos os lados. Sob a condução de Aysú em sua voz tranquila, as pessoas seguem a um chamado ancestral anunciando o que está por vir na exposição.
E, assim, é a vez dos aromas da floresta. O público adentra um espaço em que o olfato é atiçado pelo cumaru, castanha-do-Pará e pelo guaraná. Esses perfumes são capazes de despertar memórias diversas e provocar a curiosidade dos visitantes perante a essência da Amazônia.
A mandioca revela-se não apenas como alimento, mas, sim, como textura, história e presença - isso tudo ocorrendo na sala "A Base da Vida". Aos visitantes é possível tocar em farinhas, perceber os grãos entre os dedos e ouvir relatos de quem produz esse alimento como renda para sua vida.
Logo depois, o público tem a experiência de ser levado para as águas e copas da floresta. Para que as pessoas possam sentir o movimento dos rios e a pensar sobre a força do manejo sustentável, o pirarucu e a o açaí surgem na exposição em imagens, sons e superfícies táteis, em uma sala que remete todos à vida ribeirinha.
Já no espaço dedicado ao babaçu, ferramentas, sons e depoimentos de quebradeiras de coco revelam a força coletiva dessas mulheres. Trata-se de um ambiente de resistência, afeto e pertencimento. A jornada termina na sala de degustação. Nesse espaço, os visitantes encontram muruci, jambu e tucupi-preto a despertar novas sensações no paladar.
"Aysú – os sentidos da origem" tem patrocínio do Fundo Vale, Instituto Clima e Sociedade, Programa Floresta em Pé, Cooperação Alemã, KFW,FAS, Plano Estadual de Bioeconomia do Pará, Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará. Realização do Tekoá – Centro de Gastronomia Social. Concepção e produção do Instituto Paulo Martins e da Origem Justa. Apoio da Manioca, Gosto da Amazônia, Casa Sociobio, Parque de Bioeconomia e Inovação. Tudo no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia - Armazém 5 – Porto Futuro II.
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