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Exposição 'Fotografia e Jornalismo' encerra temporada em Belém nesta sexta-feira (21/11)

Mostra reúne fotojornalistas internacionais e apresenta histórias sobre clima, territórios e soluções lideradas por povos tradicionais.

O Liberal

A exposição fotográfica “Jornalismo e Narrativas do Futuro”, do Pulitzer Center, encerra as visitações nesta sexta-feira (21), em Belém. A mostra, instalada na Casa Ninja Amazônia (Travessa Rui Barbosa, 555, Reduto), integra o debate público da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30).

A exposição reúne obras de fotojornalistas como Florence Goupil, Sofía López Mañán, Giovanna Stael, Barry Christianson, Lalo de Almeida, Rogério Assis e Misha Vallejo Prut. As imagens foram produzidas em investigações ambientais e projetos sobre florestas tropicais na América Latina e África.

As fotografias exploram conexões entre clima, território e soluções lideradas por povos tradicionais. Os trabalhos foram desenvolvidos com apoio do Pulitzer Center, que reforça a importância do encontro entre jornalismo, arte e sociedade civil para ampliar perspectivas no debate climático.

O papel do jornalismo e da arte

Gustavo Faleiros, diretor de Investigações Ambientais do Pulitzer Center, destaca a relevância da mostra. Ele afirma que o ciclo de vida de uma reportagem não termina na publicação, e exposições permitem que as histórias sigam reverberando nas comunidades, gerando impacto.

O Pulitzer Center incentiva tanto investigações e denúncias quanto o jornalismo de soluções, apoiando projetos que apresentam respostas comunitárias à crise climática. A organização oferece bolsas para jornalistas e promove eventos, encontros colaborativos e workshops durante a COP 30.

Narrativas da floresta

Entre as obras expostas, há uma fotografia da reportagem do jornalista Tayguara Ribeiro, bolsista do Pulitzer. Com imagens de Giovanna Stael, o trabalho aborda a importância dos manguezais e o papel das comunidades tradicionais na preservação desse ecossistema.

Ribeiro relata uma conversa com um pescador da Ilha do Marajó sobre aves que comem peixes presos. O pescador disse: “Eles comem. Eu não pesco só para mim — os peixes também são para os animais”. Segundo o jornalista, esse pensamento ensinou mais do que muitos livros sobre meio ambiente, mostrando o conhecimento ecológico ancestral.

As imagens de Sofía López Mañán também compõem a mostra, unindo poesia e jornalismo. Na reportagem escrita por Irupé Tentorio, o Gran Chaco ganha novos significados por meio da apicultura.

A jornalista explica que o trabalho com abelhas revelou possibilidades de transformação econômica e fortalecimento de cooperativas locais. A florada nativa, que dura cerca de oito meses, inspira uma “resistência poética”, demonstrando organização, cuidado e futuro mesmo em regiões afetadas pelo desmatamento.

Serviço

  • Exposição: “Jornalismo e Narrativas do Futuro”
  • Data: Até 21 de novembro
  • Horário: 10h às 22h
  • Local: Casa Ninja Amazônia (Travessa Rui Barbosa, 555, Reduto)