Espetáculo 'A Caixa' tem apresentações presenciais ao longo do mês de julho
Montagem do Teatro de Bolso Atores em Cena provoca reflexões
A peça teatral “A Caixa” está em cartaz com apresentações presenciais todas as sextas-feiras de julho no Teatro de Bolso Atores em Cena, sempre às 20 horas. A dramaturgia de Alcir Nunes, escrita há mais de 15 anos, apresenta um drama psicológico com três personagens presos dentro de uma sala escura: um palhaço triste, um soldado traumatizado e uma bailarina desmemoriada.
O espetáculo é realizado pelo Centro Cultural Atores em Cena em parceria com o Instituto Lumiee, sob a direção de Diego Sabádo. Os personagens dialogam entre si nessa sala de paredes pretas que possui uma fresta de luz no teto. O palhaço não movimenta os braços e nem as pernas e fica jogado ao chão, o soldado revive os traumas da guerra e a perda de companheiros em batalha, enquanto a bailarina tem flashes do passado que não compreende e que mexem com as emoções dela.
Os personagens discutem sobre o fato de estarem ali e sobre aquele lugar. “Eles começam a conversar sobre a vida fora da caixa e como eles podem sair dali”, explica Miguel Silva, que interpreta o palhaço. “É um personagem intrigante porque a gente associa (palhaço) à diversão e à alegria, mas ele é extremamente triste, está lesionado na cervical e fica o espetáculo todo deitado no centro do palco. Como ator é um trabalho desafiador porque todas as expressões e emoções têm que ser dadas no rosto e na voz”, revela.
Já Yasmin Santos, que vive a bailarina, descreve que o papel “é a dualidade em si”: “Uma bailarina que é clássica e contemporânea ao mesmo tempo. Ela possui uma docilidade e uma ferocidade que coexistem. Não é o estereótipo da bailarina frágil e delicada. Ela é intensa, feliz e emponderada. Não tem medo de enfrentar as pessoas e as situações”.
Já o soldado é personagem do ator René Coelho. A angústia dos personagens em cena dá o tom do espetáculo levando o espectador a perceber que o palhaço, o soldado e a bailarina refletem a consciência de qualquer ser humano, que enfrenta conflitos entre a razão e a emoção, a memória e a esperança.
“É um texto forte e profundo, carregado de possibilidades de reflexão e envolto em temáticas absolutamente necessárias para nossa época”, afirma o diretor. Para ele, fazer essa montagem em às dificuldades impostas pela pandemia foi uma demonstração de perseverança pela arte do teatro. A produção e a preparação do elenco é de Gê Souza.
O espetáculo presencial terá apenas 20 lugares disponíveis em respeito ao protocolo de segurança sanitária. Os ingressos custam o valor de R$ 40 reais, com meia-entrada para todos que comprarem antecipadamente. Informações e vendas pelo Whatsapp (91) 985210390. O teatro fica localizado na Av. Nazaré, 435, esquina com a Tv. Benjamin Constant.
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