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Dia do Funk: DJ de Belém fala sobre resistência do ritmo e dá dicas de como montar um bom set

Sucesso nas noites da capital, DJ Celine observa que o funk é o auge das festas e fala muito sobre o empoderamento das mulheres

Gabriel Bentes | Especial para O Liberal

Comemorado neste sábado, dia 12 de julho, o Dia Nacional do Funk é uma forma de valorização do calendário brasileiro sobre o gênero musical que se desenvolveu nas periferias do Brasil por volta dos anos 70, e que hoje ganha o mundo afora em projetos de artistas internacionais - como Rihanna, Beyoncé e Bruno Mars.

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Para além de mais uma data no sétimo mês do ano, o dia carrega uma história de luta contra o preconceito, por dar visibilidade ao movimento cultural das periferias, que constantemente são marginalizadas. E é o que reforça a DJ Celine. A artista toca em várias casas de festas em Belém e conversou com o Grupo Liberal, destacando que é muito importante que a sociedade lembre e valorize ainda mais o funk.

“É um movimento que resiste dentro de uma cultura que o repreende até hoje. A batalha do funk contra o preconceito existe desde sempre e continua existindo. Mas sempre foi a voz da periferia, resistindo a todas essas barreiras — e, sem nenhum olhar da sociedade — vem atingindo lugares no mundo todo” observou a DJ. 

“Onde você vai, você escuta funk. Isso existe porque mentes brilhantes da favela trabalharam — e trabalham muito — pra que isso acontecesse. Temos que parar de ter preconceito com quem faz música de verdade nesse país”, observa a artista. “Viva o funk!”, celebrou a artista.

Embora sofra preconceito, o gênero musical é bastante querido pelo Brasil, sobretudo nas noites de festas. E pra montar um bom set e não decepcionar a galera, Celina pontua que o(a) DJ no comando deve conhecer o público e entender quais serão as músicas de funk que vão fazer sentido naquele momento.

“O funk é muito diverso hoje em dia. Existem vários subgêneros dentro dele, que diferem tanto nas batidas quanto nas próprias letras. Então, vão existir lugares onde você pode tocar um funk melódico, pop, dançante, que não vai “chocar” o público. Assim como existem lugares em que cabe o funk mais explícito, com letras mais pesadas e graves fortes. É preciso entender o momento certo para cada vertente do funk.

Levando a teoria pra prática, Celine compartilha como funciona a seleção das músicas para o set de determinada festa: “O funk é o momento ‘auge’ da festa. A energia sobe de um jeito inexplicável. A minha seleção é feita basicamente de acordo com os hits do momento e os hits atemporais. Mas cada lugar é um lugar, sem dúvidas! Tem que sentir o público e entender que às vezes vai ser um set de funk mais pop, comercial, e em outros cabe uma seleção mais ampla.".

Questionada sobre qual música, para ela, representa o funk, Celine disse que poderia citar várias faixas, mas selecionou uma: Glamourosa, do Mc Marcinho e DJ Marlboro. "Acredito que o funk também é muito sobre mulheres - mulheres que gostam de sair, dançar, extravasar, ouvir letras de empoderamento. E essa música fala exatamente sobre isso. Além disso, é um hit atemporal que marca um momento histórico do funk, em que ele finalmente sai de um contexto marginalizado e se torna um ritmo mais pop, romântico. Essa música marcou uma geração inteira e continua fazendo sucesso.".

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