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Conheça a história real e chocante de Ninguém nos Viu Partir, nova série mexicana da Netflix

Produção mexicana relata sequestro infantil nos anos 1960 e já lidera o ranking de mais assistidas no Brasil

Estadão Conteúdo

A nova minissérie mexicana Ninguém Nos Viu Partir estreou no último dia 15 de outubro na Netflix e rapidamente alcançou o topo do ranking de títulos mais assistidos no Brasil e em outros países. Com cinco episódios de aproximadamente 50 minutos cada, a produção é baseada no livro Nadie Nos Vio Partir, de Tamara Trottner, e retrata um caso real de sequestro infantil ocorrido nos anos 1960.

A trama acompanha Valeria Goldberg (Tessa Ia), uma jovem mãe que inicia uma caçada internacional ao lado de um ex-agente da Mossad para encontrar os filhos, levados pelo ex-marido, Leo Saltzman (Emiliano Zurita), sem autorização.

História real narrada a partir da infância da autora

A escritora Tamara Trottner reconstrói na obra suas próprias memórias de infância. Aos cinco anos, ela e o irmão foram sequestrados pelo pai e levados para diversos países, incluindo Itália, França, África do Sul e Israel. O livro, narrado em primeira pessoa, explora as emoções vividas durante o distanciamento materno e a busca por identidade diante do trauma.

Na adaptação da Netflix, a narrativa dá ênfase à investigação e à jornada de Valeria para recuperar os filhos. O enredo apresenta um casamento arranjado entre Valeria e Leo Saltzman, filho do influente empresário Samuel Saltzman (Juan Manuel Bernal). Com o fim do relacionamento, a família de Leo age para tirar as crianças da guarda materna, levando-as para a Europa sem aviso.

Série foca na perseguição e nas tensões familiares

Com o desaparecimento dos filhos, Valeria conta com a ajuda do investigador particular Elías (Ari Brickman), enquanto enfrenta tentativas dos ex-sogros de difamar sua imagem na comunidade judaica. A série tem roteiro de Maria Camila Arias e produção de Eduardo Díaz Casanova.

Em entrevista à revista mexicana Pasajes, Tamara Trottner revelou que optou por escrever o livro com base apenas em suas lembranças infantis, sem realizar pesquisas detalhadas com familiares ou pessoas envolvidas.

Adaptação explora dilemas do pai durante o sequestro

Trottner destaca que a versão da Netflix aprofunda mais os conflitos internos do pai durante o período do sequestro, algo menos explorado na obra original. "Na série, vemos Leo chorando, Leo desesperado, Leo dizendo ao pai que quer voltar", contou. “No livro, abordo isso mais tarde, quando, já adulta, pergunto a ele sua versão dos fatos.”

A escritora explica ainda que a motivação para escrever surgiu da necessidade de dar voz à sua história, que foi compartilhada com amigos desde a infância. “Essa história estava me revirando no íntimo e eu precisava contá-la”, afirmou.