Coluna do Estadão: Fraude no INSS: PF pede que depoimento de Camisotti à CPI seja reservado
Segundo a CPI, Camisotti é um dos principais articuladores da fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
Por Eduardo Barretto, do Estadão
A Polícia Federal (PF) pediu nesta quinta-feira, 9, que um eventual depoimento do empresário Maurício Camisotti à CPI do INSS aconteça de forma reservada. A CPI tenta ouvir Camisotti, que está preso na Superintendência da corporação em São Paulo. Nessa quarta-feira, 8, o presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), pediu que o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), reveja a decisão que deu a Camisotti o direito de não prestar depoimento.
"Considerando o caráter sigiloso das investigações em curso nesta Delegacia Especializada na Repressão a Crimes Previdenciários, solicitamos que a eventual oitiva seja realizada de forma reservada", afirmou a PF em ofício enviado à CPI, acrescentando que o depoimento pode acontecer por videoconferência, a partir de uma sala na própria superintendência onde Camisotti está detido desde o mês passado.
A corporação ressaltou que, em 15 de setembro, o ministro André Mendonça concedeu ao empresário o direito de "comparecer, ou não, ao referido ato (depoimento), bem como o exercício do direito ao silêncio, em respeito ao princípio constitucional da não autoincriminação".
Segundo a CPI, Camisotti é um dos principais articuladores da fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As investigações apontam que ele controlava ao menos três entidades que, desde 2021, faturaram mais de R$ 1 bilhão com a utilização de descontos não autorizados por beneficiários do INSS.