Cametá é cenário do próximo thriller policial “Marés de Sangue”
Cametá entra de forma expressiva no mapa do cinema nacional, mostrando a riqueza cultural da cidade, ao mesmo tempo em que leva suspense e emoção para a tela grande
Nesta semana, Cametá, no nordeste do Pará, se tornou o cenário principal do longa-metragem 'Marés de Sangue', produção da Pariocafilmes. Dirigido por Marco André, conhecido pelo documentário Paysandú – 100 anos de payxão, o filme mistura suspense policial, cultura local e paisagens exuberantes da Amazônia. A cidade fornece o pano de fundo perfeito para a narrativa, integrando a cultura regional à trama policial.
A história original surgiu há cerca de 10 anos, escrita por Lucas Vidal, filho do diretor e fã de suspense e investigação. A partir da ideia inicial, Marco André e a roteirista Carla Giffoni desenvolveram o roteiro, adaptando-o ao contexto amazônico e incorporando elementos locais, como lendas regionais, hábitos da comunidade e características da vida fluvial. “Quando ele trouxe a ideia, adaptamos à realidade amazônica. O argumento é dele, e depois escrevemos juntos o roteiro, com a colaboração da roteirista Carla Giffoni”, disse o diretor.
A narrativa se passa principalmente a bordo do Venino Pantoja, considerado o maior barco de madeira do Brasil e registrado no Guinness Book. “Os desafios de construir suspense nesse cenário são grandes. É preciso despistar o espectador para que ele não descubra os culpados desde o início”, explicou.
Marco André ressalta que a escolha de Cametá vai além do barco histórico. A cidade possui uma tradição cultural forte, que inclui festas religiosas, artesanato, culinária típica e música regional. “A participação da comunidade impactou demais o filme. Atores, figurantes e profissionais de produção de Cametá fazem parte do elenco e da equipe técnica. Até o sotaque local aparece nos diálogos, o que valoriza nossa cultura e dá autenticidade à história”, afirma o diretor. Esse envolvimento também cria oportunidades para talentos locais, fortalecendo o cinema na região e incentivando jovens a se interessarem pela produção audiovisual.
O elenco recebeu preparação especial com o ator e preparador Claudio Barros, utilizando a técnica Meisner, que foca na verdade emocional e na espontaneidade das cenas. Segundo Marco André, “o retorno junto ao elenco tem sido incrível. Todos estão muito engajados e conseguimos extrair performances genuínas, que contribuem para a intensidade do suspense”.
Cinema amazônico para o mundo
Para Marco André, Marés de Sangue reforça o cinema amazônico e valoriza a cultura local. “Tudo que produzo está relacionado à Amazônia. Meus filmes, séries e discos mostram nossa origem e ajudam a espalhar nossa cultura pelo mundo”, afirmou.
O diretor espera que o filme alcance público nacional e internacional. “O que mais me interessa é realizar um filme que traduza a força da Amazônia e a intensidade da história. Se o público sentir essa atmosfera, em Cametá, São Paulo ou qualquer outro lugar do planeta, já será uma grande conquista”, disse.
Com a produção, Cametá ganha destaque no mapa do cinema nacional, mostrando sua riqueza cultural e natural enquanto leva suspense e emoção para a tela grande. A cidade, que antes era conhecida principalmente pelo comércio fluvial e pelas tradições regionais, passa a ser vista como cenário de produções cinematográficas, abrindo espaço para futuras obras ambientadas na Amazônia e incentivando a indústria audiovisual local.
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