Barco-obra e centro cultural flutuante da Bienal das Amazônias tem programação na orla da UFPA
A Bienal das Amazônias Sobre as Águas chega para somar às vozes dos diversos segmentos da sociedade civil
Até este sábado, 15, o barco-obra e centro cultural flutuante da Bienal das Amazônias estará ancorado na orla do Campus Básico da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. O projeto soma-se à energia e ao espírito da Cúpula dos Povos, movimento independente da sociedade civil que acontece paralelamente à Cúpula do Clima (COP30).
Ainda que não integre a programação oficial da Cúpula dos Povos, a Bienal das Amazônias Sobre as Águas, segundo seus organizadores, “chega para somar às vozes dos diversos segmentos da sociedade civil e fortalecer o diálogo entre arte, território, meio ambiente e dignidade humana - reconhecendo a importância histórica desse encontro de redes, coletivos, instituições e movimentos sociais que defendem a Amazônia e o planeta”.
Após cinco meses de navegação pelos rios amazônicos, o barco retornou a Belém após uma jornada que aportou em 15 cidades e reuniu quase 60 mil visitantes em atividades gratuitas. “Em cada parada, o projeto estabeleceu espaços de convivência e de troca, reafirmando a missão da Bienal das Amazônias de promover o acesso à cultura e valorizar as identidades locais como pilares de desenvolvimento e transformação social”, afirmou ainda a organização da Bienal.
A convite da Universidade Federal do Pará e com patrocínio da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), o barco integra a programação da orla universitária como espaço de convivência e criação, “potencializando o diálogo entre arte, conhecimento e território”, como destaca a instituição.
“Chegar à Cúpula dos Povos com o barco da Bienal é um gesto simbólico: o de somar à força coletiva da sociedade civil, afirmando que a arte e a cultura são também formas de ação política e cuidado com o território”, disse Lívia Conduru, presidente e idealizadora da Bienal das Amazônias.
Nesta sexta-feira, 14, a partir das 18h, na embarcação, o projeto Pandeiro Livre recebe o coletivo Amazonizando em uma celebração dos tambores, corpos e espiritualidades afro-amazônicas. Criado em 2018 pelo percussionista Douglas Dias, o Pandeiro Livre é um projeto de arte, educação e bem-estar social dedicado à difusão das percussões brasileiras. Atuante em escolas, praças e festivais, o grupo desenvolve ações formativas e ocupações culturais em Belém.
O coletivo Amazonizando, com Mestre Ivamar e Suane Brazão, apresenta um repertório de tambores, cantos e danças de matriz afro-amazônica - como o marabaixo e o tambor de crioula - afirmando o corpo como território de resistência, memória e celebração. O encontro propõe uma noite em que ritmo e ancestralidade se unem para afirmar a cultura popular.
Audiovisual
Encerrando a programação da Bienal das Amazônias Sobre as Águas, o dia 15 celebra as mulheres que guardam, transmitem e reinventam os saberes do território.
A noite marca o lançamento da série Matriarcas, composta por seis episódios e dirigida por Joyce Cursino, com fotografia de Fernanda Brito. Será exibido o primeiro episódio da série, que apresenta histórias de mulheres que, com arte, fé e resistência, sustentam o tecido social e cultural da Amazônia. A sessão contará com a presença da equipe e uma conversa com o público.
Na sequência, será exibido o documentário Mestras, dirigido por Roberta Carvalho e Aíla, que retrata mulheres de diferentes regiões da Amazônia - guardiãs de saberes, cantos e ofícios - reafirmando o protagonismo feminino como força criadora, de cuidado e continuidade da cultura amazônica.
Palavras-chave