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Audição pública celebra oficinas de música amazônida em Canaã dos Carajás nesta quinta (23)

A partir das 19h, público irá conferir o resultado das oficinas de percussão e flauta promovidas pela Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, como parte de valorização e expansão da cultura popular da Amazônia

Eduardo Rocha

A cultura vive por meio do compartilhamento de saberes, e, a partir desse princípio, o público vai poder conferir, a partir das 19h desta quinta-feira (23), o resultado das oficinas de percussão e flauta organizadas pelao Casa da Cultura de Canaã dos Carajás. As oficinas teóricas e práticas foram ministradas, de terça-feira (21) até hoje (23), por músicos integrantes do Baile do Mestre Cupijó e se inserem no Ciclo Didático e Formativo / Música Popular Paraense, organizado pela Casa com foco em fortalecer e difundir a cultura popular amazônica por meio de práticas musicais, debates e reflexões sobre os ritmos regionais. A audição pública vai ocorrer na própria Casa da Cultura.

Na avaliação de Gabriela Sobral, diretora da Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, é preciso desenvolver os aspectos identitários amazônicos dentro de sala de aula para fortalecê-los e valorizá-los. "Os nossos ciclos didáticos trazem o tema ‘Repertórios Amazônicos’ para dentro das salas de aula da Casa da Cultura. Com isso, nosso objetivo é expandir o conhecimento produzido neste território. Acreditamos que é importante a valorização de todas as expressões artísticas e também das nossas identidades amazônicas, muitas vezes, não valorizadas como fonte de produção de arte. Nossos alunos e professores, podem, dessa forma, ter acesso a conteúdos e práticas com artistas que estão trabalhando no mercado musical. Assim inovamos o ensino da arte educação", defende Gabriela.

A diretora também projeta os resultados práticos da ação. “Como resultado, podemos esperar a introdução do gênero música popular paraense no repertório aprendido pelos nossos alunos e também ensinado por professores e profissionais da música. Além disso, será realizado um show de culminância, no qual os participantes da masterclass irão mostrar os conteúdos aprendidos, unindo teoria e prática no ensino da arte-educação", ressalta.
 
JP Diniz, integrante do Baile do Mestre Cupijó e instrutor das oficinas, reflete sobre a necessidade de descentralizar o conhecimento. "Descentralizar o acesso é essencial para que a Amazônia fale de si mesma, com sua própria voz, seu ritmo e sua memória", afirma. "Durante muito tempo, o conhecimento sobre nossas expressões culturais foi concentrado em centros urbanos ou acadêmicos distantes da realidade amazônica. Levar formação, escuta e troca para cidades como Canaã dos Carajás é uma forma de devolver o protagonismo aos territórios que sustentam essa cultura. O Baile do Mestre Cupijó acredita que o saber não deve ficar restrito: ele precisa circular, vibrar, chegar onde a música pulsa com mais verdade. É assim que fortalecemos a identidade amazônica — criando pontes, e não fronteiras”, complementa JP Diniz.
 
Para Diniz, "cada oficina é uma semente: a gente planta, rega com afeto e escuta, e deixa florescer o que a Amazônia tem de mais bonito — sua diversidade e sua força coletiva".  O pocket show que encerra o ciclo, marcada para o dia 23 de outubro, promete ser um momento de celebração e demonstração prática do conhecimento adquirido, simbolizando a união entre a tradição musical paraense e sua transmissão para novas gerações.
 
Serviço:
Ciclo Didático e Formativo | Música Popular Paraense

Datas: 21, 22 e 23 de outubro
Show de culminância: 23/10, às 19h
Local: Casa da Cultura de Canaã dos Carajás