Arte poética de Carlos Drummond de Andrade é celebrada em Belém
Professores e estudantes da Unama e da Uepa e admiradores da obra do escritor mineiro se reúnem nesta quinta (30) e na sexta (31), data de aniversário do poeta, para celebrar a literatura que pergunta: 'E agora, José?'
No imortal poema "José", publicado em 1942, na coletânea "Poesias", o mineiro Carlos Drummond de Andrade pergunta para onde segue uma pessoa diante de tantos desafios na vida, sobretudo, na cidade grande. Esse questionamento do poeta, recheado de sentidos, permanece atual em 2025. A obra poética toda desse autor resiste ao tempo e se revela uma (re)descoberta contumaz para quem a confere. Tanto que professores e estudantes dos cursos de Letras da Universidade da Amazônia (Unama) e da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e admiradores dos poemas e crônicas dele se reúnem em Belém, nesta quinta-feira (30) e na sexta (31), para celebrar essa obra, por ocasião do aniversário de nascimento de Drummond - ele nasceu em 31 de outubro de 1902. Trata-se do Drummondia, criado em 2009 pelo professor Paulo Nunes, na Unama.
A intenção é festejar, de modo lúdico e o mais informalmente possível, o maior poeta brasileiro do século XX, como ressalta Nunes. "A proposta do Drummondia é a de reunir amantes da poesia, principalmente alunos e professores (mas não somente), para cantar a literatura drummondiana. A programação deste ano traz uma novidade, o envolvimento do Curso de Letras da Uepa, por meio da coordenação de curso e da direção do Departamento de Língua e Literatura, com colaboração do Centro Acadêmico de Letras Eneida de Moraes, e do grupo Griot, sob a coordenação da professora Renilda Bastos, do CUMA da Universidade do Estado", repassa o professor Paulo Nunes.
Dois momentos
Essa iniciativa literária em Belém insere-se em uma celebração nacional pelo aniversário do autor de "No meio do caminho" "Canção Amiga", entre tantas outras gemas. Na capital paraense, ainda na manhã desta quinta-feira (30), no Campus Gentil da Unama, transcorreu uma roda de leituras, coordenada pela professora Elaine Oliveira, sucedida de palestra de Paulo Nunes sobre Drummond e sua relação com quatro paraenses: Joaquim Francisco Coelho, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes e Lívia Barbosa. Houve também foto varal sobre a vida e obra de Drummond.
Já nesta sexta-feira (31), no Campus Telégrafo da Uepa, a partir das 9 horas, será realizada uma roda de leituras coordenada pelo CALE, sucedido de leitura de poemas de Carlos Drummond pelo grupo Griot. Ambas as programações são gratuitas. Pelo entusiasmo dos organizadores da programação e dos novos leitores dos versos desse poeta, a obra de Carlos Drummond de Andrade não se mostra como "apenas uma fotografia na parede", numa alusão ao verso imortal dele no poema "Confidência do Itabirano".
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