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Espetáculo 'Amazônia Motirô' celebra arte, floresta e coletividade em temporada especial da COP 30

A montagem reúne 40 bailarinos, trilha sonora de Thiago D’Albuquerque, execução da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, com regência de Miguel Campos Neto

O Liberal

O Theatro da Paz, em Belém, abre suas cortinas no dia 19 de novembro, com sessões às 18h e 20h30, para a estreia de “Amazônia Motirô”, novo espetáculo da Cia. de Dança Ana Unger. A criação celebra a coletividade, a ancestralidade e a floresta amazônica por meio da dança, da música e das artes visuais. A palavra motirô, de origem tupi, significa “mutirão” — conceito que inspira toda a montagem. Com apoio do Banpará e do Governo do Pará, os ingressos estão disponíveis pela Ticket Fácil e na bilheteria do teatro.

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Idealizado e dirigido pela coreógrafa Ana Unger, o espetáculo foi concebido especialmente para a COP30, como uma homenagem à Amazônia e às conexões humanas. A montagem reúne 40 bailarinos, trilha sonora original de Thiago D’Albuquerque, e a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob regência do maestro Miguel Campos Neto. Entre os convidados, está o percussionista Kleber Benigno (Trio Manari), que interpreta um sábio indígena.

Os cenários virtuais são assinados pela artista visual Roberta Carvalho, enquanto os figurinos de Jacque Carvalho exploram a sustentabilidade, com o uso de materiais reaproveitados e elementos de comunidades indígenas. “Foram utilizados plásticos, redes de pesca, restos de malha e escamas de pirarucu. Cerca de 70% do figurino é feito de reaproveitamento. É arte com sustentabilidade”, explica a figurinista.

Jacque ressalta que o processo respeitou o simbolismo e a sacralidade das culturas tradicionais. “Tudo é sagrado — territórios, rituais, vestimentas de pajés, xamãs, das filhas dos pajés. O figurino foi criado com profundo respeito à ancestralidade, evitando qualquer abordagem folclórica ou estereotipada”, acrescenta.

Trilha sonora ao vivo e diálogo com a floresta

A trilha sonora, executada ao vivo, é assinada por Thiago D’Albuquerque, que mistura sons da floresta, cantos indígenas e o ritmo do carimbó. Segundo ele, a composição busca despertar uma reflexão sobre o cuidado com o meio ambiente.
“Queremos provocar consciência sobre os resíduos jogados nos rios e mares. Motirô é também esse mutirão simbólico para limpar e preservar a natureza”, comenta o compositor.

Para o maestro Miguel Campos Neto, o diálogo entre música e dança é o coração do espetáculo. “É fundamental criar junto com os artistas do presente. Todas as obras consagradas já foram contemporâneas — estamos construindo os clássicos do futuro”, reflete.

Imagem, corpo e ancestralidade

O fotógrafo Marcos Hermes, reconhecido por trabalhos com artistas como Gilberto Gil, Milton Nascimento e Caetano Veloso, assina o ensaio visual de Amazônia Motirô, realizado em Belém. Ele destaca a parceria com Ana Unger iniciada em 2024, em viagens por diferentes regiões do Pará.
“Foi uma troca muito livre e criativa. Tento traduzir o movimento, a diversidade e o respeito pela ancestralidade de forma contemporânea e honesta”, afirma o fotógrafo, que mantém laços afetivos com o público paraense desde 2008.

Com o novo espetáculo, Ana Unger reafirma sua trajetória de construção de um “corpo amazônico” — híbrido entre a técnica do balé e a espontaneidade dos ritmos populares, como o carimbó e o boi-bumbá. Sua companhia nasceu em Belém com o propósito de formar e dar visibilidade a bailarinos da região metropolitana e de todo o estado.
“Cada espetáculo é um encontro de saberes. Motirô é sobre o que somos quando nos unimos para criar — o poder da coletividade que move a arte”, resume a coreógrafa.

Serviço

Espetáculo: Amazônia Motirô
Data: 19 de novembro de 2025 (quarta-feira)
Sessões: 18h e 20h30
Local: Theatro da Paz – Belém (PA)
Duração: 1h
Ingressos: Ticket Fácil e bilheteria do teatro
Realização: Cia. de Dança Ana Unger
Apoio cultural: Banpará e Governo do Estado do Pará